sábado, 21 de agosto de 2010

PRIMEIRO ANO

Síntese da materia de prova:
ALTA IDADE MÉDIA

Período do século V ao século IX é caracterizado pela formação do Sistema Feudal. Neste período observa-se os seguintes processos históricos: a formação dos Reinos Bárbaros, com destaque para o Reino Franco; o Império Bizantino -parte oriental do Império Romano - e a expansão do Mundo Árabe.De um modo geral, a Alta Idade Média apresenta um processo de ruralização da economia e da sociedade européia.

MUNDO BÁRBARO

Para a sociedade romana, ficou conhecido como "bárbaro" todo a população que vivia à magem de sua civilizaão e que não possuía como base a cultura greco-romana. Os bárbaros que invadiram e conquistaram a parte ocidental do Império Romano eram os Germânicos, que viviam em um estágio de civilização bem inferior, em relação aos próprios romanos. Eles não conheciam a organização política sob a forma do Estado organizado e apresentavam-se reunidos em tribos e clãs patriarcais. As principais tribos germânicas que se instalaram na parte ocidental de Roma foram os Anglo-Saxões, Visigodos, Vândalos, Ostrogodos, Suevos, Lombardos e Francos.
Sua sociedade apresentava-se básicamente em três grupos:
-Nobreza: formada pelos líderes políticos e grandes proprietários de terras;
-Homens-livres: pequenos proprietários e guerreiros que participavam da Assembléia;
-Homens não-livres: os vencidos em guerras que viviam sob o regime de servidão e presos à terra e os escravos - grupo formado pelos prisioneiros de guerra.

Economicamente viviam de forma primitiva dedicando-se a agricultura e ao pastoreio. O sistema de produção estava dividido nas propriedades privadas e nas chamadas propriedades coletivas (florestas e pastos).
A religião era politeísta e seus deuses representavam as forças da natureza.
Romanos e bárbaros, a princípio, travaram um contato de forma pacífica até meados do século IV. Desde então, a penetração germânica deu-se de forma violenta, em virtude da pressão dos hunos na fronteira oriental. Também contribuíram para aumento dos conflitos os seguintes fatores: crescimento demográfico entre os germanos, a busca por terras férteis, a atração exercida pelas riquezas de Roma e a fraqueza militar do Império Romano.
Entre os povos germânicos, os Francos são aqueles que irão constituir o mais importante reino bárbaro e que mais influenciarão o posterior desenvolvimento europeu.

REINO FRANCO

A história do Reino Franco desenvolve-se sob duas dinastias: Dinastia dos Merovíngios ( século V ao século VIII ) e a Dinastia dos Carolíngios ( século VIII ao século IX ).
Entre os Merovingios, o unificador das tribos francas foi Clóvis ( neto de Meroveu, um rei lendário que dá nome a dinastia). Em seu reinado houve uma expansão territorial e a conversão dos Francos ao cristianismo. A conversão ao cristianismo foi de extrema importância aos Francos que passam a receber apóio da Igreja Católica; e para a Igreja Católica que terá seu número de adeptos aumentado, e contará com o apóio militar dos Francos.
Com a morte de Clóvis, inicia-se um período de enfraquecimento do poder real, o chamado Período dos reis indolentes. Neste período, ao lado do enfraquecimento do poder real haverá o fortalecimento dos ministros do rei, o chamado Mordomo do Paço (Major Domus). Entre os Mordomos do Paço, mercerem destaque: Pepino d'Herstal, que tornou a função hereditária; Carlos Martel, que venceu os árabes na batalha de Poitiers, em 732 e Pepino, o Breve, o criador da dinastia Carolíngia.
A Batalha de Poitiers representa a vitória cristã sobre o avanço muçulmano na Europa. Após esta batalha, Carlos Martel ficou conhecido como "o salvador da cristandade ocidental".
Já quanto aos Carolíngios, foi uma dinastia iniciada por Pepino, o Breve. O poder real de Pepino foi legitimado pela Igreja, iniciando-se assim uma aliança entre o Estado e a Igreja - muito comum na Idade Média, bem como o início de uma interferência da Igreja em assuntos políticos.
Após a legitimação de seu poder, Pepino vai auxiliar a Igreja na luta contra os Lombardos. As terras conquistadas dos Lombardos foram entregues à Igreja, constituindo o chamado Patrimônio de São Pedro. A prática de doações de terras à Igreja irá transformá-la na maior proprietária de terras da Idade Média.
Com a morte de Pepino, o Breve e de seu filho mais velho Carlomano, o poder fica centrado nas mãos de Carlos Magno.
Carlos Magno ampliou o Reino Franco por meio de uma política expansionista. O Império Carolíngio vai compreender os atuais países da França, Holanda, Bélgica, Suiça, Alemanha, República Tcheca, Eslovênia, parte da Espanha, da Áustria e Itália.
A Igreja Católica, representada pelo Papa Leão III, vai coroá-lo imperador do Sacro Império Romano, no Natal do ano 800.
O vasto Império Carolíngio será administrado através das Capitulares, um conjunto de leis imposto a todo o Império. O mesmo será dividido em províncias: os Condados, administrados pelos condes; os Ducados, administrados pelos duques e as Marcas, sob a tutela dos marqueses. Condes, Duques e Marqueses estavam sob a vigilância dos Missi Dominici -funcionários que em nome do rei inspecionavam as províncias e controlavam seus administradores. Os Missi Dominici atuavam em dupla: um leigo e um clérigo.
No reinado de Carlos Magno a prática do benefício (beneficium) foi muito difundida, como forma de ampliar o poder real. Esta prática consistia na doação de terras a quem prestasse serviços ao rei, tendo para com ele uma relação de fidelidade. Quem recebesse o benefício não se submetia à autoridade dos missi dominici. Tal prática foi importante para a fragmentação do poder nas mãos de nobres ligados à terra em troca de prestação de serviços, e neste fato podemos apontar a origem do sistema feudal que caracterizaria o restante da Idade Média.
Na época de Carlos Magno houve um certo desenvolvimento cultural, o chamado Renascimento Carolíngio, caracterizado pela promoção das atividades culturais, através da criação de escolas e pela vinda de sábios de várias partes da Europa, tais como Paulo Diácono, Eginardo e Alcuíno - monge fundador da escola palatina.
Este "renascimento" contribuiu para a preservação e a transmissão de valores da cultura clássica ( greco-romana ). Destaque para a ação dos mosteiros, responsáveis pela tradução e cópia de manuscritos antigos.
Com a morte de Carlos Magno, em 814, o poder vai para seu filho Luís, o Piedoso, o qual conseguiu manter a unidade do Império. Com a sua morte, em 841, o Império foi dividido entre os seus filhos. A divisão do Império ocorreu em 843, com a assinatura do Tratado de Verdun estabelecendo que:
Carlos, o Calvo ficasse com a parte ocidental ( a França atual);
Lotário ficasse com a parte central ( da Itália ao mar do Norte) e
Luís, o Germânico ficasse com a parte oriental do Império.
Após esta divisão, outras mais ocorrerão dentro do que antes fora o Império Carolíngio. Estas divisões fortalecem os senhores locais, contribuindo para a descentralização política que, somada a uma onda de invasões sobre a Europa, à partir do século IX ( normandos, magiares e muçulmanos ) contribuem para a cristalização do feudalismo.

AS CRUZADAS (única exceção a ser incluída na matéria do teste a ser estudado)

Foram convocadas pelo papa Urbano II, em 1095, com o objetivo oficial de libertar a Terra Santa ( Jerusalém ) do domínio muçulmano. No entanto, outros fatores contribuíram para a organização das Cruzadas: canalizar o espírito guerreiro dos nobres para o oriente; o ideal de peregrinação cristã; o interesse econômico em algumas regiões do oriente e a necessidade de exportar a miséria-em virtude do crescimento populacional.
As principais conseqüências das Cruzadas foram:
-reabertura do mar Mediterrâneo e o desenvolvimento do intercâmbio comercial entre o Ocidente e o Oriente;
-fortalecimento do poder real, em virtude do empobrecimento Dos senhores feudais;
-o renascimento urbano.


ISLAMISMO
A expansão Islâmica ocorreu em três momentos:

1ª etapa ( de 632 a 661 )- conquistas da Pérsia, da Síria, da Palestina e do Egito;
2ª etapa ( de 661 a 750 )- a Dinastia dos Omíadas, que expandiu as fronteiras até o vale do Indo (Índia); conquistou o Norte da África até o Marrocos e a Península Ibérica na Europa. O avanço árabe sobre a Europa foi contido por Carlos Martel, em 732 na batalha de Poitiers.
3ª etapa ( de 750 a 1258 )- a Dinastia dos Abássidas, onde ocorre a fragmentação político-territorial e a divisão do Império em três califados: de Bagdá na Ásia, de Cordova na Espanha e do Cairo no Egito.
Como consequências da expansão árabe podemos observar um maior contato entre as culturas do Oriente e do Ocidente. No aspecto econômico a expansão territorial provocará o bloqueio do mar Mediterrâneo, contribuindo para a cristalização do feudalismo europeu, ao acentuar o processo de ruralização e fortalecendo a economia de consumo.
Uma rica cultura foi desenvolvida pelos árabes, principalmente na:
Literatura: poesias épicas e fábulas. Destaque para os contos de aventuras, como As Mil e uma Noites.
Ciências: muito práticos os árabes aplicaram o raciocínio lógico e o experimentalismo. Desenvolveram a Matemática ( álgebra e trigonometria ), a Química ( alquimia ), Medicina ( sendo Avicena o grande nome ) e a Filosofia ( estudo de Aristóteles ).
Artes: a grande contribuição foi no campo da Arquitetura, com construção de palácios e de Mesquitas. Na Pintura, dado a proibição religiosa de reproduzir a figura humana, houve o desenvolvimento dos chamados arabescos.

BIZANTINOS

O Imperador Teodósio divide o Império Romano em duas partes, no ano de 395: o lado ocidental passa a ser designado por Império Romano do Ocidente, com capital em Roma; o lado oriental passa a ser Império Romano do Oriente com capital em Bizâncio ( uma antiga colônia grega). Quando o imperador Constantino transferiu a capital de Roma para a cidade de Bizâncio, ela passou a ser conhecida como Constantinopla.
Justiniano foi um dos mais famosos imperadores bizantinos. Seu reinado corresponde ao apogeu do Império Bizantino. Em seu reinado destacam-se:
-o cesaropapismo: significa que o chefe do Estado ( César ) torna-se o chefe supremo da religião ( Papa ). As constantes interferências do Estado nos assuntos religiosos provocam desgastes entre o Estado e a Igreja resultando, no ano de 1054, uma divisão na cristandade -o chamado GRANDE CISMA DO ORIENTE. A cristandade ficou dividida em duas igrejas: Igreja Católica do Oriente ( Ortodoxa ) e Igreja Católica do Ocidente, com sede em Roma.
-a guerra de Reconquista: tentativa de Justiniano para reconstituir o antigo Império Romano, procurando reconquistar o Norte da África, a Itália e Espanha que estavam sob o domínio dos chamados povos bárbaros;
-a Revolta Nika: para sustentar a Guerra de Reconquista, o governo adotou uma política tributária o que gerou insatisfações e lutas sociais. Justiniano usou da violência para acalmar o Império;
Justiniano foi também um grande legislador e responsável pela elaboração do Corpus Juris Civilis ( Corpo do Direito Civil ), que estava assim composto:
-o Código: revisão de todas as leis romanas; -o Digesto: sumário escrito por juristas; -as Institutas: manual para estudantes de Direito; -as Novelas: conjunto de leis criadas por Justiniano.
Com a morte de Justiniano, o Império Bizantino inicia sua decadência. Entre os séculos VII e VIII os árabes conquistam boa parte do Império Bizantino e em 1453 os turcos ocupam a capital Constatinopla.

A CULTURA BIZANTINA

O povo bizantino desenvolveu importante cultura relacionada a relegião e exerciam grandes debates teológicos. Muitas questões teológicas foram discutidas, destacamdo­se:
-o monofisismo: tese que negava a dupla natureza de Cristo­
humana e divina. Segundo o monofisismo, Cristo tinha uma única natureza: a divina.
-A iconoclastia: movimento que pregava a destruição de imagens sagradas ( ícones ).
Nas artes, os bizantinos destacaram-se na Arquitetura: construção de fortalezas, palácios, mosteiros e igrejas. A mais exuberante das igrejas foi a Igreja de Santa Sofia, construída no reinado de Justiniano. A característica da arquitetura bizantina era o uso da cúpula.
Os bizantinos também se destacaram na arte do mosaico, utilizados na representação de figuras religiosas, de políticos importantes e na estilização de plantas e animais.