sábado, 21 de agosto de 2010

PRIMEIRO ANO

Síntese da materia de prova:
ALTA IDADE MÉDIA

Período do século V ao século IX é caracterizado pela formação do Sistema Feudal. Neste período observa-se os seguintes processos históricos: a formação dos Reinos Bárbaros, com destaque para o Reino Franco; o Império Bizantino -parte oriental do Império Romano - e a expansão do Mundo Árabe.De um modo geral, a Alta Idade Média apresenta um processo de ruralização da economia e da sociedade européia.

MUNDO BÁRBARO

Para a sociedade romana, ficou conhecido como "bárbaro" todo a população que vivia à magem de sua civilizaão e que não possuía como base a cultura greco-romana. Os bárbaros que invadiram e conquistaram a parte ocidental do Império Romano eram os Germânicos, que viviam em um estágio de civilização bem inferior, em relação aos próprios romanos. Eles não conheciam a organização política sob a forma do Estado organizado e apresentavam-se reunidos em tribos e clãs patriarcais. As principais tribos germânicas que se instalaram na parte ocidental de Roma foram os Anglo-Saxões, Visigodos, Vândalos, Ostrogodos, Suevos, Lombardos e Francos.
Sua sociedade apresentava-se básicamente em três grupos:
-Nobreza: formada pelos líderes políticos e grandes proprietários de terras;
-Homens-livres: pequenos proprietários e guerreiros que participavam da Assembléia;
-Homens não-livres: os vencidos em guerras que viviam sob o regime de servidão e presos à terra e os escravos - grupo formado pelos prisioneiros de guerra.

Economicamente viviam de forma primitiva dedicando-se a agricultura e ao pastoreio. O sistema de produção estava dividido nas propriedades privadas e nas chamadas propriedades coletivas (florestas e pastos).
A religião era politeísta e seus deuses representavam as forças da natureza.
Romanos e bárbaros, a princípio, travaram um contato de forma pacífica até meados do século IV. Desde então, a penetração germânica deu-se de forma violenta, em virtude da pressão dos hunos na fronteira oriental. Também contribuíram para aumento dos conflitos os seguintes fatores: crescimento demográfico entre os germanos, a busca por terras férteis, a atração exercida pelas riquezas de Roma e a fraqueza militar do Império Romano.
Entre os povos germânicos, os Francos são aqueles que irão constituir o mais importante reino bárbaro e que mais influenciarão o posterior desenvolvimento europeu.

REINO FRANCO

A história do Reino Franco desenvolve-se sob duas dinastias: Dinastia dos Merovíngios ( século V ao século VIII ) e a Dinastia dos Carolíngios ( século VIII ao século IX ).
Entre os Merovingios, o unificador das tribos francas foi Clóvis ( neto de Meroveu, um rei lendário que dá nome a dinastia). Em seu reinado houve uma expansão territorial e a conversão dos Francos ao cristianismo. A conversão ao cristianismo foi de extrema importância aos Francos que passam a receber apóio da Igreja Católica; e para a Igreja Católica que terá seu número de adeptos aumentado, e contará com o apóio militar dos Francos.
Com a morte de Clóvis, inicia-se um período de enfraquecimento do poder real, o chamado Período dos reis indolentes. Neste período, ao lado do enfraquecimento do poder real haverá o fortalecimento dos ministros do rei, o chamado Mordomo do Paço (Major Domus). Entre os Mordomos do Paço, mercerem destaque: Pepino d'Herstal, que tornou a função hereditária; Carlos Martel, que venceu os árabes na batalha de Poitiers, em 732 e Pepino, o Breve, o criador da dinastia Carolíngia.
A Batalha de Poitiers representa a vitória cristã sobre o avanço muçulmano na Europa. Após esta batalha, Carlos Martel ficou conhecido como "o salvador da cristandade ocidental".
Já quanto aos Carolíngios, foi uma dinastia iniciada por Pepino, o Breve. O poder real de Pepino foi legitimado pela Igreja, iniciando-se assim uma aliança entre o Estado e a Igreja - muito comum na Idade Média, bem como o início de uma interferência da Igreja em assuntos políticos.
Após a legitimação de seu poder, Pepino vai auxiliar a Igreja na luta contra os Lombardos. As terras conquistadas dos Lombardos foram entregues à Igreja, constituindo o chamado Patrimônio de São Pedro. A prática de doações de terras à Igreja irá transformá-la na maior proprietária de terras da Idade Média.
Com a morte de Pepino, o Breve e de seu filho mais velho Carlomano, o poder fica centrado nas mãos de Carlos Magno.
Carlos Magno ampliou o Reino Franco por meio de uma política expansionista. O Império Carolíngio vai compreender os atuais países da França, Holanda, Bélgica, Suiça, Alemanha, República Tcheca, Eslovênia, parte da Espanha, da Áustria e Itália.
A Igreja Católica, representada pelo Papa Leão III, vai coroá-lo imperador do Sacro Império Romano, no Natal do ano 800.
O vasto Império Carolíngio será administrado através das Capitulares, um conjunto de leis imposto a todo o Império. O mesmo será dividido em províncias: os Condados, administrados pelos condes; os Ducados, administrados pelos duques e as Marcas, sob a tutela dos marqueses. Condes, Duques e Marqueses estavam sob a vigilância dos Missi Dominici -funcionários que em nome do rei inspecionavam as províncias e controlavam seus administradores. Os Missi Dominici atuavam em dupla: um leigo e um clérigo.
No reinado de Carlos Magno a prática do benefício (beneficium) foi muito difundida, como forma de ampliar o poder real. Esta prática consistia na doação de terras a quem prestasse serviços ao rei, tendo para com ele uma relação de fidelidade. Quem recebesse o benefício não se submetia à autoridade dos missi dominici. Tal prática foi importante para a fragmentação do poder nas mãos de nobres ligados à terra em troca de prestação de serviços, e neste fato podemos apontar a origem do sistema feudal que caracterizaria o restante da Idade Média.
Na época de Carlos Magno houve um certo desenvolvimento cultural, o chamado Renascimento Carolíngio, caracterizado pela promoção das atividades culturais, através da criação de escolas e pela vinda de sábios de várias partes da Europa, tais como Paulo Diácono, Eginardo e Alcuíno - monge fundador da escola palatina.
Este "renascimento" contribuiu para a preservação e a transmissão de valores da cultura clássica ( greco-romana ). Destaque para a ação dos mosteiros, responsáveis pela tradução e cópia de manuscritos antigos.
Com a morte de Carlos Magno, em 814, o poder vai para seu filho Luís, o Piedoso, o qual conseguiu manter a unidade do Império. Com a sua morte, em 841, o Império foi dividido entre os seus filhos. A divisão do Império ocorreu em 843, com a assinatura do Tratado de Verdun estabelecendo que:
Carlos, o Calvo ficasse com a parte ocidental ( a França atual);
Lotário ficasse com a parte central ( da Itália ao mar do Norte) e
Luís, o Germânico ficasse com a parte oriental do Império.
Após esta divisão, outras mais ocorrerão dentro do que antes fora o Império Carolíngio. Estas divisões fortalecem os senhores locais, contribuindo para a descentralização política que, somada a uma onda de invasões sobre a Europa, à partir do século IX ( normandos, magiares e muçulmanos ) contribuem para a cristalização do feudalismo.

AS CRUZADAS (única exceção a ser incluída na matéria do teste a ser estudado)

Foram convocadas pelo papa Urbano II, em 1095, com o objetivo oficial de libertar a Terra Santa ( Jerusalém ) do domínio muçulmano. No entanto, outros fatores contribuíram para a organização das Cruzadas: canalizar o espírito guerreiro dos nobres para o oriente; o ideal de peregrinação cristã; o interesse econômico em algumas regiões do oriente e a necessidade de exportar a miséria-em virtude do crescimento populacional.
As principais conseqüências das Cruzadas foram:
-reabertura do mar Mediterrâneo e o desenvolvimento do intercâmbio comercial entre o Ocidente e o Oriente;
-fortalecimento do poder real, em virtude do empobrecimento Dos senhores feudais;
-o renascimento urbano.


ISLAMISMO
A expansão Islâmica ocorreu em três momentos:

1ª etapa ( de 632 a 661 )- conquistas da Pérsia, da Síria, da Palestina e do Egito;
2ª etapa ( de 661 a 750 )- a Dinastia dos Omíadas, que expandiu as fronteiras até o vale do Indo (Índia); conquistou o Norte da África até o Marrocos e a Península Ibérica na Europa. O avanço árabe sobre a Europa foi contido por Carlos Martel, em 732 na batalha de Poitiers.
3ª etapa ( de 750 a 1258 )- a Dinastia dos Abássidas, onde ocorre a fragmentação político-territorial e a divisão do Império em três califados: de Bagdá na Ásia, de Cordova na Espanha e do Cairo no Egito.
Como consequências da expansão árabe podemos observar um maior contato entre as culturas do Oriente e do Ocidente. No aspecto econômico a expansão territorial provocará o bloqueio do mar Mediterrâneo, contribuindo para a cristalização do feudalismo europeu, ao acentuar o processo de ruralização e fortalecendo a economia de consumo.
Uma rica cultura foi desenvolvida pelos árabes, principalmente na:
Literatura: poesias épicas e fábulas. Destaque para os contos de aventuras, como As Mil e uma Noites.
Ciências: muito práticos os árabes aplicaram o raciocínio lógico e o experimentalismo. Desenvolveram a Matemática ( álgebra e trigonometria ), a Química ( alquimia ), Medicina ( sendo Avicena o grande nome ) e a Filosofia ( estudo de Aristóteles ).
Artes: a grande contribuição foi no campo da Arquitetura, com construção de palácios e de Mesquitas. Na Pintura, dado a proibição religiosa de reproduzir a figura humana, houve o desenvolvimento dos chamados arabescos.

BIZANTINOS

O Imperador Teodósio divide o Império Romano em duas partes, no ano de 395: o lado ocidental passa a ser designado por Império Romano do Ocidente, com capital em Roma; o lado oriental passa a ser Império Romano do Oriente com capital em Bizâncio ( uma antiga colônia grega). Quando o imperador Constantino transferiu a capital de Roma para a cidade de Bizâncio, ela passou a ser conhecida como Constantinopla.
Justiniano foi um dos mais famosos imperadores bizantinos. Seu reinado corresponde ao apogeu do Império Bizantino. Em seu reinado destacam-se:
-o cesaropapismo: significa que o chefe do Estado ( César ) torna-se o chefe supremo da religião ( Papa ). As constantes interferências do Estado nos assuntos religiosos provocam desgastes entre o Estado e a Igreja resultando, no ano de 1054, uma divisão na cristandade -o chamado GRANDE CISMA DO ORIENTE. A cristandade ficou dividida em duas igrejas: Igreja Católica do Oriente ( Ortodoxa ) e Igreja Católica do Ocidente, com sede em Roma.
-a guerra de Reconquista: tentativa de Justiniano para reconstituir o antigo Império Romano, procurando reconquistar o Norte da África, a Itália e Espanha que estavam sob o domínio dos chamados povos bárbaros;
-a Revolta Nika: para sustentar a Guerra de Reconquista, o governo adotou uma política tributária o que gerou insatisfações e lutas sociais. Justiniano usou da violência para acalmar o Império;
Justiniano foi também um grande legislador e responsável pela elaboração do Corpus Juris Civilis ( Corpo do Direito Civil ), que estava assim composto:
-o Código: revisão de todas as leis romanas; -o Digesto: sumário escrito por juristas; -as Institutas: manual para estudantes de Direito; -as Novelas: conjunto de leis criadas por Justiniano.
Com a morte de Justiniano, o Império Bizantino inicia sua decadência. Entre os séculos VII e VIII os árabes conquistam boa parte do Império Bizantino e em 1453 os turcos ocupam a capital Constatinopla.

A CULTURA BIZANTINA

O povo bizantino desenvolveu importante cultura relacionada a relegião e exerciam grandes debates teológicos. Muitas questões teológicas foram discutidas, destacamdo­se:
-o monofisismo: tese que negava a dupla natureza de Cristo­
humana e divina. Segundo o monofisismo, Cristo tinha uma única natureza: a divina.
-A iconoclastia: movimento que pregava a destruição de imagens sagradas ( ícones ).
Nas artes, os bizantinos destacaram-se na Arquitetura: construção de fortalezas, palácios, mosteiros e igrejas. A mais exuberante das igrejas foi a Igreja de Santa Sofia, construída no reinado de Justiniano. A característica da arquitetura bizantina era o uso da cúpula.
Os bizantinos também se destacaram na arte do mosaico, utilizados na representação de figuras religiosas, de políticos importantes e na estilização de plantas e animais.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

PORQUE HITLER ODIAVA OS JUDEUS?

Recentemente alguns alunos e enviaram emails questionando sobre este ódio de Hitler e se era comum a outros governantes na História, ou se era um caso particular.
Para responder a esta questão vou republicar um ensaio de uma professora da USP que foi publicado em revista da ABRIL CULTURAL e espero que nossos alunos consigam entender este preconceito existente já de longa data na história da humanidade.

Por que Hitler odiava os judeus?
O anti-semitismo tem raízes religiosas milenares
por Marta Francisca Topel*
(in Aventuras na História da Abril Cultural)

Para compreender o anti-semitismo, é fundamental diferenciá-lo do antijudaísmo. O antijudaísmo é o ódio à religião judaica como ideologia ou visão de mundo, enquanto o anti-semitismo é o ódio aos judeus como nação. Entretanto, aqueles que professam o antijudaísmo acabam sendo anti-semitas, uma vez que partem do pressuposto de que a religião judaica contaminou a nação que segue seus preceitos. Por sua vez, o anti-semitismo desemboca no antijudaísmo, ao sustentar-se na premissa de que só uma nação racialmente inferior pôde ter criado uma religião tida como a religião do Mal.
Na Antigüidade, seitas esotéricas conceberam a religião judaica como a religião do demônio e viam os judeus como os agentes na propagação dessa religião do pecado. Essa cosmovisão foi resultado de uma crença dualista, isto é, em dois poderes criadores do universo: o Bem e o Mal, identificando os judeus com o Mal, o que os colocou no papel do mal cósmico e os viu como instrumento do demônio. Todavia, o momento histórico no qual se entrelaçam pela primeira vez e de forma radical antijudaísmo e anti-semitismo é na consolidação da visão paulina. Para o apóstolo Paulo, a revelação da Torá é uma revelação temporária, e aqueles que continuam no caminho da Torá após a chegada de Cristo são traidores. Segundo esse raciocínio, os judeus, ao rejeitarem Cristo como Messias e ao assassiná-lo, transformaram-se em agentes do Mal, no povo deicida.
Ao longo de toda a Idade Média, essa idéia foi desenvolvida e materializada pela Igreja católica. É de se destacar os cânones adotados no Concílio de Latrão (1215) que confirmavam a condenação dos judeus à servidão perpétua, proibiam sua integração na sociedade com o objetivo de impedir a contaminação dos cristãos, obrigavam o uso de signos de diferenciação nas vestes, impediam o acesso dos judeus aos cargos administrativos e os excluíam completamente da agricultura e das corporações. Essas medidas enraizaram na população um ódio milenar baseado numa ideologia demonizadora que culpou os judeus e o judaísmo pela morte de Cristo.
O termo anti-semitismo foi criado no século 19, quando as teorias religiosas que acusavam os judeus de deicídio ficaram caducas. Nesse momento, a partir de uma leitura tergiversada das teorias ligadas ao darwinismo social, o motivo para perseguir os judeus começou a ancorar-se em pressupostos biológicos. Assim, para Hitler, existiam três raças: as “fundadoras” ou superiores, representadas pelos povos germânicos, as “depositárias”, pelos povos eslavos, e as “destruidoras” ou inferiores, que tinham nos judeus o exemplo paradigmático. Obcecado com o ideal de pureza racial, Hitler compreendeu a História como uma permanente luta entre as diferentes raças, na qual a raça superior devia utilizar todos os meios necessários para manter sua pureza. A essa visão histórica foi acrescentado o mito da “conspiração judaica mundial”, fortemente difundido em toda a Europa que, entre outras falácias, divulgou a idéia do poder econômico do povo judeu e do seu monopólio dos meios de comunicação. Os judeus foram transformados no bode expiatório e culpados de todos os males pelos quais atravessava a Alemanha, fazendo com que sua eliminação se tornasse um imperativo de Estado.
Muitos ignoram que os campos de extermínio não estavam na Alemanha, mas na Europa do leste. Isso visava poupar os alemães do “trabalho sujo” e permitia aos poloneses, ucranianos e lituanos, acérrimos anti-semitas de longa data, colaborar ativamente com o ideal nazista de aniquilação total dos judeus. Nas cidades polonesas de Jedwabne, Radzilow, Wasosz e Stawinski, por exemplo, os moradores assassinaram milhares de judeus, sem nenhuma imposição dos alemães. Se algum episódio exemplifica o enraizado anti-semitismo polonês, ele é a matança de judeus depois de finalizada a guerra. O pogrom de Kielce (1946), um entre muitos, permanecerá na história polonesa como um dos maiores atos de covardia coletiva, no qual 42 sobreviventes do Holocausto foram assassinados pelos vizinhos. Por quê? Medo destes de ter de devolver, a seus donos judeus, as casas que haviam ocupado ilegalmente.

*Antropóloga e pesquisadora do Programa de Língua Hebraica, Literatura e Cultura Judaicas da Universidade de São Paulo (USP)

sábado, 3 de julho de 2010

APOSTILAGEM PARA O 1o ANO DO CAUCP

Como prometido estou incluindo o link onde pode ser encontrada a apostila prometida para nossos alunos do primeiro ano A e B do CAUCP.
Aproveitem.
Um grande abraço,
http://www.4shared.com/file/VCssCQxI/apostila1ocaucp.html

sexta-feira, 12 de março de 2010

ATENÇÃO SEGUNDO ANO

ALUNOS DO 2o ANO DO CAUCP - ATENÇÃO

Como prometido a apostila para estudar para a prova da semana vindoura está disponivel em:

http://profferreira.sites.uol.com.br/DOCUMENTOSESCOLA/apostila.txt

Bom feriado e estudos e 

Boa prova.



quarta-feira, 10 de março de 2010

UMA INDICAÇÃO

Vamos indicar um site que realiza um trabalho primoroso na produção de textos de história com o objetivo de auxiliar os alunos brasileiros. Neste poderemos observar um texto sobre o Antigo Regime, visite, http://www.culturabrasil.pro.br/absolutismo.htm (basta clicar)

sábado, 6 de março de 2010

PRIMEIRA GUERRA PARA O 3o ANO

Para facilitar neste inicio de ano seus fichamentos com o propósito de uma melhor fixação do material destinado à prova, vamos transcrever o material da apostila do Objetivo, uma síntese que melhor precisará o que necessitamos para resolução das questões de avaliações.

A Primeira Guerra Mundial (1914-18)
Extraído da apostila do OBJETIVO/São Paulo

A I Guerra Mundial é o acontecimento que realmente dá início ao século XX, pondo fim ao que se convencionou chamar de Belle Epoque – 1871-1914: período em que as grandes potências européias não entraram em guerra entre si e a burguesia viveu sua época de maior fastígio, graças à expansão do capitalismo imperialista e à exploração imposta ao proletariado.
Os fatores que provocaram a I Guerra Mundial podem ser divididos em gerais e específicos. Examinemo-los:

Fatores gerais
Disputa dos mercados internacionais pelos países industrializados, que não conseguiam mais escoar toda a produção de suas fábricas. Tal concorrência era particularmente acirrada entre a Grã-Bretanha e a Alemanha. Atritos entre as grandes potências devido a questões coloniais. Alemanha, Itália e Japão participaram com atraso da corrida neocolonialista e estavam insatisfeitos com as poucas colônias que haviam adquirido. Exacerbação dos nacionalismos europeus, manipulados pelos respectivos governos como um meio de obter a adesão popular à causa da guerra. Há que considerar ainda o nacionalismo das populações que se encontravam sob o jugo do Império Austro-Húngaro ou do Império Russo e ansiavam pela independência.

Fatores específicos
A França alimentava em relação à Alemanha um forte sentimento de revanchismo, por causa da humilhante derrota sofrida na Guerra Franco-Prussiana de 1870-71, e desejava recuperar a região da Alsácia-Lorena, perdida para os alemães naquele conflito. A Itália, cujo processo de unificação política ocorrera no século XIX, desejava incorporar as cidades “irredentas” (não-redimidas) de Trento e Trieste, que continuavam em poder da Áustria-Hungria. O Reino da Sérvia aspirava à formação de uma Grande Sérvia; para tanto, pretendia anexar o vizinho Reino do Montenegro e as regiões da Bósnia-Herzegovina, Croácia e Eslovênia, pertencentes ao Império Austro-Húngaro. As ambições sérvias eram respaldadas pela Rússia, desejosa de consolidar sua influência nos Bálcãs para ter acesso ao Mar Mediterrâneo. O decadente Império Otomano (Turquia), apelidado O Homem Doente da Europa, vinha sofrendo uma dupla pressão: da Rússia, que tencionava apossar-se dos estreitos do Bósforo e dos Dardanelos, e da Grã-Bretanha, que desejava libertar as populações árabes do domínio turco, a fim de poder explorar o petróleo do Oriente Médio. Tal situação levou o governo otomano a se aproximar da Alemanha, em busca de ajuda técnica e militar.

Antecedentes
Depois de unificar a Alemanha em torno do Reino da Prússia, dando origem ao II Reich (Império Alemão, 1871-1918), o chanceler (primeiro-ministro, nos países de língua alemã) Bismarck procurou tecer uma Política de Alianças com as demais potências européias, a fim de manter a França isolada e neutralizar o revanchismo francês. Essa política teve sucesso (exemplo: a União dos Três Imperadores, celebrada entre Alemanha, Áustria-Hungria e Rússia), mas foi abandonada após 1890, quando Bismarck se afastou da vida política.O novo imperador da Alemanha, Guilherme II (conhecido como o Kaiser, 1888-1918), adotou uma política militarista que minou as relações com a Rússia e a Grã-Bretanha: a primeira irritou-se com o estreitamento da aliança entre Alemanha e Áustria-Hungria, além do apoio dado pelos alemães à Turquia; a Grã-Bretanha, já prejudicada com a concorrência industrial e comercial alemã, inquietou-se com os planos do Kaiser no sentido de criar uma poderosa marinha de guerra e construir uma ferrovia ligando Berlim a Bagdá (cidade do Império Otomano relativamente próxima do Golfo Pérsico).Em conseqüência, houve um remanejamento de posições das potências européias. O resultado foi a formação de dois blocos opostos:Tríplice Aliança: Alemanha, Áustria-Hungria e Itália. Esta uniu-se à Alemanha em represália à França, que frustrara a pretensão italiana de conquistar a Tunísia. Mas o fato de a Áustria-Hungria fazer parte do bloco incomodava os italianos, devido à questão das “cidades irredentas”.Tríplice Entente: Inglaterra (ou melhor, Grã-Bretanha), França e Rússia. Esse nome vem de Entente Cordiale (“Entendimento Cordial”) – forma como o governo francês definiu sua aproximação com a Inglaterra, de quem a França era adversária tradicional.O período que antecedeu a eclosão da I Guerra Mundial é conhecido pelo nome de Paz Armada, pois as grandes potências, convencidas da inevitabilidade do conflito e até mesmo desejando-o, aceleraram seus preparativos bélicos (exceto a Itália, que não estava bem certa do que iria fazer). Por duas vezes, em 1905 e 1911, a Alemanha provocou a França a respeito do Marrocos, mas as crises foram contornadas.

O início da guerra
Até 1912, o enfraquecido Império Otomano ainda conservava nos Bálcãs uma faixa territorial que se estendia de Istambul (antiga Constantinopla) ao Mar Adriático e incluía a Albânia. Entre 1912 e 1913, porém, perdeu quase todas essas terras para a Grécia, Bulgária e sobretudo para a Sérvia, que deu os primeiros passos no sentido de implementar seu projeto da “Grande Sérvia”; a Albânia tornou-se um Estado independente.Em 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Fernando de Habsburgo, herdeiro do trono austro-húngaro, visitava Sarajevo, capital da Bósnia, com sua esposa, quando ambos foram assassinados por um jovem bósnio cristão ortodoxo (a imensa maioria dos bósnios era muçulmana), partidário da união com a Sérvia. A Áustria-Hungria, alegando envolvimento do governo sérvio no crime, apresentou uma série de exigências que foram rejeitadas pela Sérvia.Em 28 de julho, a Áustria-Hungria declarou guerra à Sérvia. No dia seguinte, a Rússia pôs suas tropas em estado de prontidão, e a Alemanha fez o mesmo em 30 de julho. Na madrugada de 1º de agosto, a Alemanha declarou guerra à Rússia, sendo imitada pelo governo austro-húngaro.Grã-Bretanha e França, surpreendidas pela rapidez dos acontecimentos, não se moveram. Mas a Alemanha, cujos planos de campanha estavam prontos desde 1911, declarou guerra à França em 3 de agosto. Na madrugada de 4, as tropas alemãs invadiram a Bélgica – que era neutra – para surpreender os franceses com um ataque vindo de direção inesperada. A Bélgica, militarmente fraca, não conseguiria conter os invasores, os quais deveriam alcançar rapidamente o Canal da Mancha. Alarmado com essa perspectiva, o governo britânico declarou guerra à Alemanha na noite de 4 de agosto.Em uma semana, o que deveria ser mais um conflito balcânico transformara-se em uma guerra européia. A Itália somente entrou na luta em 1915; mas fê-lo contra a Alemanha e Áustria-Hungria, porque Grã-Bretanha e França lhe prometeram – e depois não cumpriram – que os italianos ganhariam algumas colônias alemãs na África (além de Trento e Trieste, naturalmente).Durante a I Guerra Mundial, os blocos em conflito mudaram de denominação, passando a ser conhecidos como:
Impérios Centrais: Alemanha, Áustria-Hungria, Turquia e Bulgária.
Aliados: Sérvia, Rússia, França, Bélgica, Grã-Bretanha, Japão, Itália, Romênia, EUA, Brasil etc.

O desenrolar do conflito
O plano de campanha dos alemães previa uma guerra em duas frentes; mas priorizava a Frente Ocidental (contra os anglo-franceses), ainda que isso significasse perdas territoriais temporárias na Frente Oriental (contra os russos). Assim, o Kaiser e seus generais esperavam derrotar rapidamente seus inimigos do oeste, para depois voltar suas forças contra os russos.Na Frente Ocidental, a I Guerra Mundial apresenta duas fases bem diferenciadas:
Guerra de movimento (agosto/novembro de 1914): Os alemães ocuparam quase toda a Bélgica e também o norte da França. Mas não conseguiram tomar Paris nem dominar a costa francesa no Canal da Mancha.
Guerra de trincheiras (novembro de 1914/março de 1918): Durante quase dois anos e meio, as linhas de combate estabilizaram-se e os exércitos adversários procuraram abrigar-se em um complexo sistema de trincheiras onde passaram praticamente a morar – convivendo com ratos, parasitas e ainda com a lama ou o pó, o frio ou o calor, conforme a estação do ano. Protegidas por intrincadas redes de arame farpado e por ninhos de metralhadora, eram posições muito difíceis de conquistar. Os comandantes de ambos os lados, não preparados para essa nova realidade, continuaram durante muito tempo a ordenar ataques frontais de infantaria, perdendo dezenas de milhares de homens para avançar alguns quilômetros. O exemplo mais dramático desse inútil sacrifício de vidas foi a luta pelas posições fortificadas francesas de Verdun. A luta, que se arrastou por dez meses em 1916, provocou mais de um milhão de mortes e, no final, as posições eram as mesmas quando do início da batalha.
Na Frente Oriental, o chamado “rolo compressor russo” (o maior exército do mundo) obteve algumas vitórias iniciais, mas depois teve de recuar diante dos alemães e austro-húngaros. O exército czarista era mal armado, mal organizado e mal comandado; mesmo assim, tentou contra-ofensivas em 1915 e 1916, sofrendo baixas terríveis. No começo de 1917, os Impérios Centrais controlavam firmemente a Polônia, a Lituânia, a Letônia e parte da Bielo-Rússia (todos esses territórios faziam parte do Império Russo).
Na África e no Pacífico, a maioria das colônias alemãs caiu rapidamente em poder dos Aliados. No Oriente Médio, um exército britânico passou a operar contra os turcos a partir de 1917; foi auxiliado por um levante das tribos da Arábia, estimuladas pelo célebre agente inglês Thomas Lawrence, conhecido como “Lawrence da Arábia”.
No Mar do Norte, a esquadra alemã defrontou-se com a britânica na Batalha da Jutlândia (1916), mas não conseguiu romper o bloqueio marítimo imposto pelos Aliados.1917: o ano decisivoA Alemanha possuía a maior frota de submarinos entre os países beligerantes. Entretanto, os comandantes dessas embarcações vinham se abstendo de torpedear navios de passageiros (ainda que de bandeira inimiga) e quaisquer navios de países neutros. A exceção foi o transatlântico inglês Lusitania, torpedeado em 1915 e que explodiu – provavelmente por estar transportando secretamente munições norte-americanas para a Inglaterra.
Em janeiro de 1917, o governo alemão anunciou que iria iniciar uma campanha submarina “sem restrições”; ou seja, seus submarinos torpedeariam quaisquer navios que tentassem alcançar portos franceses ou britânicos. Essa decisão complicou a situação dos Aliados, pois a Grã-Bretanha dependia de fornecimentos marítimos para sua própria sobrevivência.
Em março de 1917, estourou a Revolução Russa. O czar Nicolau II foi derrubado e um governo provisório liberal (formado por aristocratas e burgueses) assumiu o poder. Oficialmente, a Rússia continuou na guerra contra a Alemanha; mas seus soldados, esgotados e desmoralizados, praticamente pararam de combater. Essa circunstância poderia permitir aos alemães deslocarem tropas para a frente ocidental, derrotando definitivamente ingleses e franceses.
No decorrer da guerra, os Estados Unidos haviam-se tornado os grandes fornecedores dos Aliados, aos quais vendiam desde alimentos até armas e munições. Grã-Bretanha, França e outros países tinham acumulado débitos enormes junto aos empresários norte-americanos, os quais não poderiam suportar o fantástico prejuízo advindo de uma possível derrota anglo-francesa.
Por essa razão, em 6 de abril de 1917, tomando como pretexto o afundamento de cinco navios norte-americanos por submarinos alemães, o presidente Wilson (o mesmo que em janeiro daquele ano divulgara seus 14 pontos para uma paz justa), declarou guerra aos Impérios Centrais. Como o país não tinha serviço militar obrigatório, foram necessários dez meses para treinar um enorme exército que pudesse operar na Europa. Mas a marinha de guerra norte-americana entrou imediatamente na luta contra os submarinos alemães, aliviando a grave situação dos ingleses.

1918: Cronologia do término do conflito
Fevereiro: Chegada das primeiras tropas norte-americanas à França.
Março: O governo bolchevique (comunista) russo, que fora instaurado em novembro de 1917, assina o Tratado de Brest-Litovsk com a Alemanha, retirando a Rússia da guerra. No mesmo mês, os alemães iniciam uma última ofensiva na frente ocidental, mas mais uma vez não conseguem tomar Paris.
Julho: Contra-ofensiva aliada na França. Os alemães começam a bater em retirada.
Setembro: Capitulação (rendição) da Bulgária.
Outubro: Capitulação da Turquia.
Novembro: O Império Austro-Húngaro desintegra-se no dia 3. Áustria e Hungria assinam armistícios (acordos de cessar-fogo) separados. No dia 9, irrompe uma revolução republicana na Alemanha; fuga do Kaiser Guilherme II. No dia 11, o novo governo alemão assina um armistício com os Aliados, na expectativa de serem observados os “14 Pontos” de Wilson (expectativa frustrada pela dureza das condições impostas pelos vencedores).

Os tratados de paz
Em 1919, reuniu-se a Conferência de Paz de Paris, para a qual somente a Rússia não foi convidada. Todavia, em vez de discussões amplas e abertas entre todos os envolvidos na Grande Guerra (nome dado ao conflito de 1914-18 até 1939, quando começou a II Guerra Mundial), os tratados de paz foram elaborados pelos Três Grandes – Wilson, dos EUA; Lloyd George, da Grã-Bretanha; Clemenceau, da França – e impostos aos países vencidos.
O tratado mais importante foi o de Versalhes, que a Alemanha foi obrigada a assinar. Eis suas cláusulas mais importantes:
A Alemanha foi considerada a única responsável pela eclosão da guerra.Foram perdidas todas as colônias e vários territórios alemães na Europa (principais: a Alsácia-Lorena, restituída à França; o Corredor Polonês, que dividiu a Alemanha em duas partes; o porto de Danzig, transformado em cidade-livre).
Limitações militares: proibição do serviço militar obrigatório e da produção de aviões de combate, tanques, canhões gigantes, navios de guerra de grande porte e submarinos, além da limitação do exército alemão a 100 mil homens.Pagamento de pesadíssimas reparações de guerra.
As duras (e injustas) condições do Tratado de Versalhes geraram entre os alemães um profundo ressentimento, responsável em grande parte pela ascensão de Hitler ao poder– o que acabaria levando à II Guerra Mundial.
Conseqüências da I Guerra Mundial11 milhões de mortos (destes, 8 milhões eram combatentes). Fim dos impérios Russo, Austro-Húngaro, Alemão e Otomano. Surgimento de novos Estados europeus:Do desmembramento do Império Austro-Húngaro: Áustria, Hungria, Checoslováquia e Iugoslávia (nome oficial da “Grande Sérvia”, criado em 1931).Do desmembramento do Império Russo:URSS, Finlândia, Polônia, Lituânia, Letônia e Estônia. Crise econômica generalizada, com especial gravidade na URSS, Itália e Alemanha. Surgimento dos regimes totalitários, tanto de esquerda (comunismo) como de direita (fascismo). Ascensão dos EUA à posição de maior potência mundial. Criação da Sociedade das Nações ou Liga das Nações – um dos poucos itens dos “14 Pontos” que foram aproveitados. Existência de minorias étnicas com tendência separatista em vários países da Europa Central e Oriental, criando graves focos de tensão.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

ANTIGO REGIME - 2o ANO - ATENÇÃO

Prezados Alunos do Segundo Ano, como estamos desenvolvendo nosso revisional sobre a estrutura do Antigo Regime convém indicar um material em sítese sobre o assunto muito bem preparado pelo prof. Almir Ribeiro do site "cliohistória". Faça o download aqui, basta clicar e aproveite o roteiro para seus estudos e nossa primeira avaliação.
Brevemente postarei exercícios para seu aperfeiçoamento.

Aproveito para indicar uma leitura interessante para vcs e que por décadas orientou muitas gerações de estudantes, é o clássico de Leo Hubbermann, História da Riqueza do Homem. Para fazer o download basta clicar sobre a figura.


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

VAMOS COMEÇAR NOSSO TRABALHO

Prezados alunos,
Sejam bem vindos ao nosso blog de história, esperamos que este seja um importante guia de estudos para nossos alunos em 2010, como têm sido nestes últimos três anos.
Agora como novidades vocês podem observar que possuímos um mural para nossos contatos rápidos e ficaremos imensamente agradecidos que se filiem como nossos seguidores para que respostas com textos e documentos que sejam necessários possam ser enviados para seus emails diretamente.
Nos auxilie a continuar prestando o melhor serviço complementar de educação continua fora da sala-de-aula.
Abraços,
Prof Oazinguito Ferreira