segunda-feira, 2 de novembro de 2009

QUESTÕES SOBRE A GUERRA FRIA

Como prometido postaremos as questões sobre Guerra Fria para que possam continuar seus estudos:

1. UNESP
Os recentes acordos para a diminuição das armas estratégicas de longo alcance afastam as campanhas histéricas e o perigo de um confronto bélico catastrófico. Quando se analisam as origens da denominada Guerra Fria, percebe-se que ela se relacionou inicialmente com:
a) a política do desarmamento nuclear e o enfrentamento militar direto entre as duas superpotências.
b) a instalação de rampas de lançamento e a retirada dos mísseis soviéticos de Cuba.
c) o fim da Guerra do Vietnã e o apoio norte-americano aos "contras" da Nicarágua sandinista.
d) a ascensão de Mikhail Gorbatchev na URSS e sua política de Glasnost.
*e) o envolvimento dos governos inglês e norte-americano na elaboração de um discurso responsabilizando o comunismo como terrível ameaça ao mundo livre.

2.CESGRANRIO
Durante a presidência de Harry Truman (1945-53), criou-se a Doutrina de Segurança Nacional, cujo objetivo era conter o avanço do comunismo no mundo. Na Europa, adotou-se o Plano Marshall. Na América Latina, os Estados Unidos buscaram uma política de alianças, cuja expressão foi o(a):
a) Pacto Andino.
*b) Tratado Interamericano de Assistência Recíproca.
c) Tratado de Bryan-Chamorro.
d) Tratado de Guadalupe-Hidalgo.
e) Primeira Conferência Pan-Americana.

3. CESGRANRIO
No início da década de 60, o arsenal nuclear à disposição das grandes potências era suficiente para destruir a humanidade, caso fosse utilizado em uma situação de confronto. Ao assumir o governo, o Presidente Kennedy (1961-63) defendeu a substituição da política externa norte-americana de confronto por uma de entendimento com a URSS, cujo objetivo era o desarmamento gradual das duas superpotências. Esse programa do governo Kennedy foi conhecido como:
a) Doutrina Drago.
b) Doutrina Monroe.
c) Corolário Roosevelt
*d) Nova Fronteira.
e) Política de Boa Vizinhança.

3. FATEC
A reconstrução econômica do Japão, acelerada após 1950, é explicada principalmente:
a) pelos progressos da agricultura, dirigida prioritariamente para a produção de matérias primas.
*b) pela maciça aplicação de capitais na produção e pela mão-de-obra numerosa e barata.
c) pela facilidade de comércio com os países asiáticos graças à construção de numerosa frota.
d) pela abundância de riquezas minerais.
e) pela existência de mercado consumidor interno.

4. PUCCAMP
Considere os excertos a seguir.

I. "As crises políticas e sociais nos países liberados (da dominação nazista), proporcionavam aos russos uma excelente oportunidade para influir na transformação de seus regimes políticos."

II. "Com este Plano, adotado entre 1948 a 1952, e que consistia na aplicação maciça de capitais norte-americanos na reconstrução européia, pretendia-se conter a 'ameaça' comunista e consolidar a influência dos Estados Unidos na Europa Ocidental."

III. "A Grande Depressão (...) levou a Europa a revisar não apenas seu papel de economia periférica face às nações industriais do Atlântico sul, mas, igualmente, sua crença nos padrões de transformação econômica sem o recurso à prática revolucionária levada a cabo na União Soviética."

Os problemas políticos e estratégicos que resultariam na chamada Guerra Fria tiveram sua origem ainda nas relações entre os Aliados durante a Guerra, mas foi somente no fim dos anos 40 que assumiram sua forma mais característica. Estes problemas estão identificados em:
a) apenas II
*b) apenas I e II
c) apenas I e III
d) apenas II e III
e) I, II e III

5. PUCCAMP
Dentre as guerras resultantes do fim da polarização do mundo em duas grandes potências pode-se citar a que envolve:
a) católicos e protestantes.
b) sul-africanos e ingleses.
c) cubanos e americanos.
*d) sérvios e croatas.
e) árabes e judeus.

6. CESGRANRIO
Marque a opção que apresenta um acontecimento relacionado com as origens da Guerra Fria:
a) Construção do Muro de Berlim (1961).
b) Intervenção militar norte-americana no Conflito do Vietnã (1962).
*c) Criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN (1949).
d) Eclosão da crise dos mísseis em Cuba (1962).
e) Invasão da Baía dos Porcos (1961).

7. UFES
Em agosto de 1961, na "Conferência Econômica e Social de Punta Del Este", o presidente John Kennedy apresentou aos países latino-americanos o projeto da "Aliança para o Progresso", o qual previa, em linhas gerais, o aperfeiçoamento e fortalecimento das instituições democráticas, mediante a autodeterminação dos povos, a aceleração do desenvolvimento econômico e social dos países latino-americanos, a erradicação do analfabetismo e a garantia aos trabalhadores de uma justa remuneração e adequadas condições de trabalho. Situando a "Aliança para o Progresso" no contexto das relações internacionais vigentes no Pós-Guerra, constatamos que sua criação se deveu ao desejo do governo norte-americano de
a) bloquear a acentuada evasão de capitais latino-americanos, resultante da importação maciça de bens de consumo japoneses e das altas taxas de juros pagas aos países integrantes do "Pacto de Varsóvia" por conta dos empréstimos contraídos na década de 50.
*b) conter o avanço dos movimentos revolucionários na América Latina, reafirmando assim a liderança exercida pelos EUA sobre o Continente, numa conjuntura de acirramento da Guerra Fria por conta da Revolução Cubana.
c) desviar, para a América Latina, parte dos investimentos previstos no "Plano Global de Descolonização Afro-Asiática", em virtude das revoluções socialistas de Angola e Moçambique, que tornaram a posição norte-americana na África insustentável.
d) impedir que a República Federal Alemã, país de orientação socialista, firmasse acordos com a finalidade de transplantar tecnologia nuclear para o Terceiro Mundo, a exemplo do que havia ocorrido no Brasil sob o governo JK.
e) reabilitar os acordos diplomáticos entre os EUA e os demais países latino-americanos, que haviam sido rompidos quando da invasão de Honduras e do Equador pelas tropas norte-americanas, fortalecendo assim a OEA.

7. PUCSP
"Circo russo na cidade: não alimentem os animais."
(graffiti nos muros de Praga em 1968)

"Os conselhos eram: ignorem os soviéticos, tratem-nos como coisas, beijem e namorem sob seus narizes. Vivam. Mas façam em torno deles barragens invisíveis."
(Godfelder, Sonia. A PRIMAVERA DE PRAGA. S. Paulo, Brasiliense, 1981.)

A indisposição dos tchecos, em relação aos soviéticos na circunstância indicada pelas citações anteriores, era devida:
a) à grande presença, em território nacional, de dissidentes soviéticos asilados pelo Estado, os quais gozavam de privilégios não desfrutados pelos cidadãos tchecos.
b) à interrupção, por parte da URSS, do fornecimento de gêneros alimentícios e material bélico, para que a Tchecoslováquia mantivesse sua superioridade frente aos poloneses.
c) à histórica discriminação dirigida pelos tchecos aos povos eslavos e que foi reativada com a atuação da Igreja Ortodoxa Russa.
*d) à intervenção militar praticada pelo governo soviético na Tchecoslováquia, como resposta a uma tentativa da sociedade tcheca de ampliar as liberdades individuais no interior de um regime comunista.
e) à iniciativa tcheca de romper com o regime comunista e negar a influência da URSS, optando pela aliança com o governo americano e pela reorientação da economia, no sentido de sua estatização.

8. ESL
As mudanças no panorama internacional representadas pela vitória socialista de Mao-Tsé-tung na China, pela eclosão da Guerra da Coréia e pelas crescentes dificuldades no relacionamento com a URSS, repercutiram na forma de tratamento dispensada pelos Estados Unidos ao Japão. Este, de "inimigo vencido", passou a
a) atuar como o mais forte aliado da URSS naquela região.
*b) ser a principal base de operações norte-americanas na Ásia.
c) competir com as forças econômicas alemãs e inglesas.
d) buscar o seu nível econômico de antes da Primeira Guerra Mundial.
e) menosprezar o "consenso" - política de participação de pessoal, que visa à integração do trabalhador no esquema da empresa capitalista.

9. PUCCAMP
"...inspirado por razões humanitárias e pela vontade de defender uma certa concepção de vida ameaçada pelo comunismo, constitui também o meio mais eficaz de alargar e consolidar a influência norte-americana no mundo, um dos maiores instrumentos de sua expansão (...) tem por conseqüência imediata consolidar os dois blocos e aprofundar o abismo que separava o mundo comunista e o Ocidente..."

"...as partes estão de acordo em que um ataque armado contra uma ou mais delas na Europa ou na América do Norte deve ser considerado uma agressão contra todas; e, conseqüentemente, concordam que, se tal agressão ocorrer, cada uma delas (...) auxiliará a parte ou as partes assim agredidas (...)"

Os textos identificam, respectivamente,
a) a Doutrina Monroe e a Organização da Nações Unidas (ONU).
*b) o Plano Marshall e a organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
c) o Pacto de Varsóvia e a Comunidade Econômica Européia (CEE).
d) o Pacto do Rio de Janeiro e o Conselho de Assistência Econômica Mútua (COMECON).
e) a Conferência do Cairo e a Organização dos Estados Americanos (OEA).

10. PUCSP
Usa-se o nome Guerra Fria para designar
a) a tensão militar existente entre Inglaterra e Alemanha, no final do século XIX, motivada pela disputa, entre os dois Estados Nacionais, pelo controle do comércio no Mar do Norte.
b) o problema diplomático surgido entre França e Portugal, no início do século XIX, que provocou a vinda da família real portuguesa para o Brasil e a posterior transformação da colônia em Reino Unido.
c) a invasão francesa na Rússia, no início do século XIX, com a decorrente derrota dos invasores e o fim do período napoleônico.
*d) o conjunto de tensões entre Estados Unidos e União Soviética, resultante da disputa, entre ambas, por uma posição hegemônica no contexto internacional do pós Segunda Guerra Mundial.
e) a disputa entre Rússia e Japão, no período imediatamente anterior à Primeira Guerra Mundial, por territórios no extremo oriente da Ásia e pelo controle do comércio marítimo no Pacífico.

11. MACKENZIE
Não é característica da Guerra Fria:
a) confronto ideológico que pressupõe equilíbrio nuclear entre as potências.
b) polarização do mundo em dois blocos político-militares.
*c) distensão política e alinhamento internacional entre E.U.A. e U.R.S.S.
d) desconfiança entre americanos e soviéticos e disputa de áreas de influência.
e) criação das alianças militares O.T.A.N. e Pacto de Varsóvia.

12. Foi uma verdadeira histeria anticomunista nos Estados Unidos na década de 50, caracterizada pela perseguição a artistas, intelectuais e políticos com a criação das Listas Negras e a Caça às bruxas:
a) Doutrina Monroe.
b) Doutrina Truman.
c) New Deal.
d) Watergate.
*e) Macartismo.

13. Não podemos considerar como fato ligado ao fim da Guerra Fria:
*a) a ascensão econômica dos Tigres Asiáticos, obrigando o Leste Europeu a se adequar à economia de mercado, devido às pressões dos Estados Unidos.
b) a Perestroika e a Glasnost que possibilitaram a abertura econômica e política à ex-União Soviética.
c) a Carta de Paris de 1990, em que se estabeleceu a democracia como único regime de governo capaz de manter a paz entre o Leste e o Ocidente.
d) a reunificação da Alemanha, após a queda do Muro de Berlim.
e) a ascensão dos nacionalismos nas repúblicas soviéticas.

14. CESGRANRIO
Com o desenvolvimento da política de Glasnost, a história da URSS aparentemente está dividida entre a era de Gorbachev e a era Stalin. Entretanto, a desestalinização iniciou-se em 1956, com o XX Ž Congresso do Partido Comunista da União Soviética, no qual Nikita Kruchev:
a) apresentou um relatório que, denunciando as arbitrariedades dos seguidores de Stalin acabou por provocar a reação dos setores militares soviéticos e o fechamento da URSS ao Ocidente.
b) apoiando as realizações econômicas de Stalin, apresentou um relatório em que as justificava em nome da manutenção da vitória da revolução.
c) apresentou um relatório em que analisava as relações de Stalin com o Kuomitang de Chiang Kai Shek e propunha a união política da URSS com a China para barrar o avanço do capitalismo americano na Ásia.
d) apoiando as propostas americanas de "degelo", organizou um programa político que determinava o princípio da coexistência política com o Ocidente e uma aliança com os EUA para troca de tecnologia.
*e) apresentou um relatório denunciando as arbitrariedades e os erros de Stalin e abriu a URSS ao Ocidente, estabelecendo o princípio da coexistência pacífica.

15. CESGRANRIO
O Acordo de Paris, que marcou o início do fim da Guerra do Vietnã, negociado por Henry Kissinger e Le Duc Tho, estabelecia, além do cessar fogo imediato:
a) a criação de uma área neutra entre o Vietnã do Sul e o do Norte, onde seriam iniciadas as trocas de prisioneiros.
*b) a retirada das tropas americanas, a libertação dos prisioneiros de guerra e eleições livres no Vietnã do Sul.
c) a entrega do governo do Vietnã do Sul aos vietcongs, a libertação dos prisioneiros de guerra e a retirada das tropas americanas.
d) a manutenção da divisão entre o Vietnã do Sul e do Norte com o estabelecimento da administração soviética no Norte.
e) a retirada das tropas americanas, a fixação de um calendário de democratização para o Vietnã do Norte e a eleição da China como árbitro da região.

16. CESGRANRIO
A partir de 1948, evidenciou-se a divisão do mundo em dois blocos antagônicos - o Bloco Ocidental, liderados pelos Estados Unidos, e o Bloco Oriental, sob a influência da União Soviética. Fazem parte desse processo a:

I - criação do COMECON (1948), em relação ao plano Marshall (1947);
II - assinatura do pacto de Varsóvia (1955), em oposição ao seu equivalente ocidental - a OTAN (1949);
III - a eclosão de grandes conflitos internacionais (Coréia, Vietnã, Oriente Médio), que levaram ao afastamento do bloco comunista da ONU;
IV - a tentativa de desarmamento mundial, através dos Acordos de Camp David, entre os Estados Unidos e a República Popular da China.

Assinale se estão corretas apenas:
*a) I e II
b) II e III
c) III e IV
d) I e IV
e) II e IV

17. CESGRANRIO
A Indochina, após a rendição japonesa, em 1945, resistiu ao retorno do seus antigos senhores - os franceses. Daí uma sucessão de conflitos e negociações, tais como:

I - a derrota dos franceses em Dien Bien Phu, (1954), que afastou definitivamente a hipótese de se manter o domínio francês nessa região;
II - a divisão provisória do Vietnã em duas partes, uma comunista (Norte), e a outra capitalista (Sul), pelos Acordos de Genebra (1956);
III - o progressivo desenvolvimento dos Estados Unidos no conflito para conter o Vietcong e evitar a queda de toda a Indochina em poder dos comunistas;
IV - o triunfo militar norte-americano sobre os guerrilheiros comunistas, prejudicado pelas manobras diplomáticas que entregaram aos comunistas o Vietnã do Sul.

Assinale se estão corretas apenas:
a) I e II
b) II e III
c) III e IV
*d) I, II e III
e) I, III e IV

18. MACKENZIE
I- "A OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, vai começar sua expansão para o Leste Europeu até junho de 1997.
A afirmação foi feita à Folha (...) pelo secretário-geral da entidade (...) e se refere à data na qual ele pretende que seja feito o convite oficial a novos membros para a Aliança Militar (...)
Os 'parceiros' (...) sairão da Parceria para a Paz, acordo militar entre 27 países da OTAN, Leste Europeu e Ásia, lançado em 1994. A Polônia é favorita."
("Folha de São Paulo")

II- "Mais de 900 militares americanos (...) foram mantidos como prisioneiros na Coréia do Norte, após o fim da Guerra da Coréia (...) muitos dos prisioneiros foram submetidos a experiências com drogas e depois executados.
As experiências, para determinar a ação das drogas em interrogatórios, foram conduzidas por agentes Tchecoslovácos e Soviéticos."
("O Estado de São Paulo")


III- "O Vaticano não comentou ontem, alegações de que o Papa João Paulo II e o governo dos E.U.A. (CIA), trabalhavam juntos em segredo na década de 80, para apressar o fim do comunismo na Polônia.
A aliança informal entre os E.U.A. e o Vaticano inclui corte de verbas do Governo Norte-Americano para programas de controle de natalidade no país e o silêncio do Papa quanto à instalação de mísseis na Europa Ocidental."
("Folha de São Paulo")

Dentre os textos anteriores, relacionam-se com a Guerra Fria:
a) somente I.
b) somente I e II.
c) I, II e III.
*d) somente II e III.
e) somente I e III.

19. MACKENZIE
Assinale os fatores que determinaram o início da Guerra Fria.
a) A criação, por determinação do Presidente Roosevelt, da "Cortina de Ferro", objetivando bloquear Cuba, isolando-a através do Plano Marshall de seus aliados socialistas.
*b) Antagonismos político-idelógicos, divergências sobre a partilha territorial e áreas de influência e a determinação do Presidente Truman em conter a expansão do socialismo.
c) A assinatura do Pacto de Não-Agressão entre EUA e URSS, a anexação da região dos sudetos na Tchecoslováquia e a política de apaziguamento desenvolvida pela França e Inglaterra.
d) O envio de tropas norte-americanas para a região do golfo, a aproximação entre EUA e a Coréia e a proclamação da República Egípcia por Gamal Nasser, sustentada pela URSS.
e) A crise dos mísseis soviéticos em Cuba, a Guerra do Vietnã e o quadro político-ideológico do leste europeu, favorável à implantação de regimes democráticos.

20. FAAP
A "diplomacia triangular" foi a política externa desenvolvida pela dupla Richard Nixon - Henry Kissinger voltada para uma aproximação simultânea com a URSS e a China, buscando aproveitar a rivalidade que tinha se aberto entre as duas potências socialistas na década de 1960. A circunstância que a tornou possível foi a retirada americana nos primeiros anos da década de 1970, de:
a) Cuba
b) São Domingos
*c) Vietnã
d) Berlim
e) Turquia

21. FAAP
Em duas ocasiões, pelo menos, a subordinação dos países do leste europeu a Moscou ficou evidenciada através de invasões, tais como a da Hungria em 1956 e em 1968 a de:
*a) Tchecoslováquia
b) Berlim
c) Paris
d) Romênia
e) Albânia

22. FAAP
Período iniciado na década de 1970, de relaxamento das tensões internacionais entre as superpotências. Sem dissolver a bipolaridade básica da guerra fria, representou a construção de um patamar de entendimentos e acordos parciais entre EUA e URSS, abrangendo temas diplomáticos e estratégicos, notadamente no terreno do controle armamentista:
a) Otan
b) Pacto de Varsóvia
*c) Détente
d) Mercado Comum Europeu
e) Plano Marshall

23. FAAP
Após a Segunda Guerra Mundial, a URSS estruturou um plano de cooperação política com os países do bloco oriental, criado, em 1947:
a) o Comecom
*b) o Kominform
c) o Pacto de Varsóvia
d) o Plano Marshall
e) a Otan

24. CESGRANRIO
A URSS transformou-se, após 1945, numa das potências mundiais, tanto no campo econômico como técnico. Um dos melhores exemplos dessa transformação é o:
*a) desenvolvimento da política espacial, representada pela 1 viagem em torno da Terra por Gagarin.
b) desenvolvimento da indústria cinematográfica e das teorias em torno da fusão nuclear.
c) desenvolvimento da indústria automobilística e o incremento do sistema industrial privado.
d) crescimento do mercado interno, com o desenvolvimento de novas técnicas de cultivo agrícola e aumento de salários.
e) crescimento da produção agrícola em função do fim da intervenção do Estado no setor e de técnicas administrativas americanas.

25. UFRS
Considere o texto a seguir sobre a Nova Guerra Fria.

"A nova Guerra Fria consiste esquematicamente no seguinte: os Estados Unidos desencadeiam uma corrida armamentista convencional e estratégica - cujo ponto máximo é a militarização do espaço pela IDS, ou projeto 'guerra nas estrelas' - que os colocam em superioridade estratégica sobre a U.R.S.S. e abala a economia soviética; a U.R.S.S., debilitada pelo aumento dos gastos militares e pelo embargo comercial dos E.U.A. e aliados, vê-se obrigada a limitar seu apoio às revoluções do Terceiro Mundo como contrapartida para uma redução da pressão militar americana contra si; assim, Washington e seus aliados mais militarizados (como Israel, Paquistão e África do Sul) poderiam sufocar os movimentos e regimes revolucionários surgidos na década anterior; paralelamente, buscariam controlar seus aliados-rivais economicamente bem sucedidos (Europa e Japão), dividindo com eles o fardo dos gastos armamentistas e afastando-os da vantajosa cooperação econômica com a U.R.S.S. e a Europa oriental (daí a luta contra a construção do gasoduto Sibéria-Europa e a venda de tecnologia avançada aos países socialistas); finalmente, os E.U.A. tentariam abrir os países socialistas à penetração econômica ocidental, a qual aumentaria o controle sobre a política do 'bloco' soviético e forneceria alternativas financeiras e comerciais para a superação da estagnação do sistema capitalista."

(Vizentini, P. DA GUERRA FRIA À CRISE. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 1996, p.85)

Segundo o autor, pode-se afirmar que
a) sem condições materiais de competir com a U.R.S.S., os E.U.A. estimularam a penetração econômica e militar do Japão e da Alemanha Ocidental nos países periféricos politicamente próximos do bloco soviético.
b) o projeto "guerra nas estrelas" levou a U.R.S.S. a abandonar todos seus interesses no Terceiro Mundo optando por uma estratégia geopolítica de ampliação do seu apoio à Alemanha e ao Japão.
c) a nova estratégia militar norte-americana foi muito bem sucedida, obrigando a U.R.S.S. a retirar-se gradativamente do Terceiro Mundo, e evitando que Japão e Alemanha Ocidental fossem satelitizados pelos soviéticos.
*d) sofrendo o impacto das exigências da nova competição militar, a U.R.S.S. recua do seu papel de potência de atuação mundial, diminuindo sua presença no Terceiro Mundo e tendo dificuldades para controlar e evitar a penetração capitalista dentro das fronteiras do leste europeu.
e) perdendo contato com as economias do Japão e da Alemanha Ocidental, a U.R.S.S. intensifica relações comerciais com os países socialistas do Terceiro Mundo para que estes financiem a manutenção da cada vez mais sofisticada parafernália militar da lógica da Guerra Fria.

26. CESGRANRIO
Ao final da Segunda Guerra Mundial, a ruptura do acordo que unira os aliados vitoriosos gerou um ordenamento político internacional baseado na bipolaridade. Nesse contexto, crises políticas e tensões sociais desencadearam um processo de construção do socialismo em diversos países. Assinale a opção que apresenta uma afirmativa correta sobre a construção do socialismo no mundo do pós-guerra:
a) Na Iugoslávia (1944-45), o regime comunista implantado pelo Marechal Tito submeteu-se à hegemonia política e econômica soviética, o que acarretou sua expulsão do movimento dos países não alinhados.
*b) Na Tchecoslováquia (1946), o socialismo reformista, baseado na descentralização e liberalização do sistema frente ao modelo stalinista, retomado na política de Brejnev, foi interrompido pela repressão russa, encerrando a "Primavera de Praga".
c) Na China (1949), a revolução comunista derrubou o regime imperial e expulsou os invasores japoneses da Manchúria, reunindo os nacionalistas, os "senhores da guerra" e os comunistas maoístas em um governo de coalizão que instituiu uma república popular no país.
d) Na Coréia (1950-53), a intervenção militar norte-americana impediu o avanço das forças revolucionárias comunistas que ocupavam o norte do país, reunificando as duas Coréias sob a tutela do Conselho de Segurança da ONU.
e) Em Cuba (1959), a vitória dos revolucionários castristas foi favorecida pela promulgação da Emenda Platt no Senado americano, que regularizou o envio de armamentos aos guerrilheiros contrários à ditadura de Fulgêncio Batista.

27. CESGRANRIO
O fim da Guerra Fria, expresso na extinção da União Soviética, em 1991, acarretou um novo equilíbrio e o ordenamento das relações internacionais, que se caracteriza por um (a):
a) enfraquecimento dos movimentos nacionalistas regionais e das tendências de globalização na Europa ocidental.
b) declínio da liderança política internacional das superpotências em virtude da transferência do controle de seus arsenais nucleares para a Assembléia Geral da ONU.
c) revitalização das alianças militares estratégico-defensivas, conforme os pactos políticos da Europa central e do leste.
*d) formação de megablocos político-econômicos que favoreceram a internacionalização dos fluxos de capitais, tais como a da Comunidade Européia e a do Nafta.
e) decadência econômica dos países da bacia do Pacífico que haviam mantido uma posição de neutralidade durante a Guerra Fria, tais como Cingapura e Malásia.

28. UNIRIO
Assinale a opção que apresenta corretamente um evento que NÃO se relaciona com o processo de Distensão e Multipolaridade ocorrido nas relações internacionais a partir do início da década de 1970:
a) Entrada da China Comunista na ONU.
b) Assinatura dos tratados de limitação de armas estratégicas entre a União Soviética e os Estados Unidos.
c) Retirada das tropas norte-americanas do Vietnã.
*d) Criação da Comunidade dos Estados Independentes.
e) Adoção da Política externa de "Coexistência Pacífica", coordenada por Henry Kissinger.

29. PUCMG
A Guerra do Vietnã ultrapassa os limites da luta pela libertação do domínio estrangeiro e se insere nos quadros da Guerra Fria, quando:
a) a URSS oferece seu apoio irrestrito ao partido comunista de Ho-Chi-Minh.
*b) os EUA atuam no sentido de impedir o avanço do comunismo no sudeste asiático.
c) o regime comunista do Vietnã do Norte se alia ao regime socialista de Mao-Tsé-Tung.
d) a aliança França-EUA se consolida na luta contra a libertação da Indochina.
e) a política bem sucedida de Ho-Chi-Minh se expande por toda a península indochinesa.

30. FGV
I) " ... as partes estão de acordo em que um ataque armado contra uma ou mais delas na Europa e na América do Norte deve ser considerada uma agressão contra todas, e, conseqüentemente, concordam que, se tal agressão ocorrer, cada uma delas auxiliará a parte ou as partes assim agredidas..."

II) "Um sistema de vida é baseado na vontade da maioria e é caracterizado por instituições livres, governo representativo, ...liberdade de palavra e de religião e ausência de opressão política. O segundo sistema de vida baseia-se na vontade de uma minoria imposta à força sobre uma maioria ... e na supressão das liberdades individuais. Acredito que deva ser a política dos Estados Unidos apoiar povos livres que estão resistindo às tentativas de dominação de minorias ... ou a pressões externas."

Escolha nas alternativas a seguir a que se refere, respectivamente, os dois textos anteriores:
a) ao Tratado do Rio de Janeiro e à Declaração de Independência dos EUA;
b) ao Pacto de Varsóvia e ao Plano Marshall;
c) à Comunidade Econômica Européia e à Doutrina Monroe;
*d) à Organização do Tratado do Atlântico Norte e à Doutrina Truman;
e) ao Tratado de Alexandria e à Declaração dos Direitos do Homem.

31. FGV
Em junho de 1947, o governo dos EUA passou a implementar um projeto de reconstrução da Europa denominado Plano Marshall. Qual dos tópicos a seguir NÃO é uma causa desse plano:
*a) o temor trazido pela criação do Mercado Comum Europeu (MCE);
b) o deslocamento do controle do capitalismo da Europa para os EUA e sua crescente influência sobre os países europeus;
c) a necessidade que a Europa tinha de reunir recursos para pagar o seu principal credor, os EUA, que lhe forneceram desde alimentos até materiais bélicos durante a II Guerra Mundial;
d) a necessidade de se reconstruírem as cidades e de recuperarem a indústria e a agropecuária européia, devastadas durante a II Grande Guerra;
e) o interesse que os Estados Unidos tinham em fortalecer a ordem capitalista na Europa Ocidental e, assim, impedir a expansão do socialismo no continente.

32. CESGRANRIO
Após a Segunda Guerra Mundial, consolidou-se uma ordem político-econômica internacional que expressou o(a):
*a) conflito político e ideológico entre a União Soviética e os Estados Unidos.
b) supremacia política e militar da Europa Ocidental.
c) subordinação neocolonial dos países árabes e da América Latina.
d) liderança política mundial da China Comunista através de sua participação na ONU.
e) hegemonia econômica mundial das ex-nações imperialistas, tais como a Inglaterra e a França.

33. UFMG
Sobre a geopolítica na conjuntura imediatamente pós Segunda Guerra, pode-se afirmar que
a) as áreas que não se envolveram, diretamente, no conflito conseguiram alcançar um amplo desenvolvimento econômico baseado em uma política de exportação.
*b) as diversas formas de dominação colonial e de exploração que caracterizavam, historicamente, as relações entre o centro e a periferia foram mantidas.
c) os países aliados estabeleceram uma política de arrasamento dos países vencidos inviabilizando o crescimento mundial durante décadas.
d) os países vencidos se agruparam formando o bloco dos não-alinhados viabilizando, assim, sua recuperação uma vez que não foram levados em consideração pelos vencedores.

34. UFMG
Todas as alternativas apresentam repercussões do período de distensão da Guerra Fria, EXCETO
a) Criação, na Polônia, do Solidariedade, primeiro sindicato livre do mundo socialista.
*b) Primavera de Praga, que foi sufocada pela invasão das tropas do Pacto de Varsóvia.
c) Queda do muro de Berlim, acontecimento emblemático da reunificação alemã.
d) Revolução de Veludo Tcheca, que significou o fim do monopólio do partido comunista.

35. FATEC
"É lógico que os EUA devem fazer o que lhes for possível para ajudar a promover o retorno ao poder econômico normal no mundo, sem o que não pode haver estabilidade política nem garantia de paz."
(Plano Marshall 5. VI. 1947)

Esse plano
a) assegurava a penetração de capitais norte-americanos no continente europeu, sobretudo em sua parte oriental.
b) garantia, aos norte-americanos, o retorno a uma política isolacionista, voltada unicamente para os seus interesses internos.
c) pretendia deter as ameaças soviéticas sobre os países do Oriente Médio, cuja produção de petróleo era vital para as economias ocidentais.
*d) era um instrumento decisivo na luta contra o avanço do comunismo na Europa arrasada pelo pós-guerra.
e) representava uma tomada da tradicional política da "boa vizinhança" dos EUA em relação à América Latina.

36. PUCCAMP
"A bipolarização do mundo, após a Segunda Guerra Mundial, apesar de ter se constituído na principal referência para as relações internacionais, não chegou a garantir um verdadeiro equilíbrio mundial. Nesse contexto consolidou-se a hegemonia internacional norte-americana". A esse respeito pode-se afirmar que na presidência de
a) Truman (1945 - 52), encerrou-se a política macarthista, o que possibilitou o fim da Guerra da Coréia e sua conseqüente unificação sob um protetorado norte-americano.
*b) Eisenhower (1952 - 60), completou-se o sistema de segurança norte-americano, com a formação de diversos pactos militares contra os comunistas.
c) Kennedy (1960 - 63), desenvolvendo a "Aliança para o Progresso" encerrou-se a política de confronto com o mundo comunista, permitindo a retirada americana do conflito vietnamita.
d) Johnson (1963 - 68), a discussão da Doutrina Monroe consolidou-se as alianças políticas com os movimentos nacionalistas e o fim das intervenções militares na América Latina.
e) Nixon (1968 - 1974), a aproximação com os países comunistas foi dificultada pela negação da União Soviética em assinar o Tratado de Limitação de Armas Estratégicas, Salt-1.

37. PUCCAMP
"... foi um período em que a guerra era improvável, mas a paz era impossível. A paz era impossível porque não havia maneira de conciliar os interesses de capitalistas e comunistas. Um sistema só poderia sobreviver à custa da destruição total do outro. E a guerra era improvável porque os dois blocos tinham acumulado tamanho poder de destruição, que se acontecesse um conflito generalizado seria, com certeza, o último..."

O texto descreve uma problemática que, na história recente da humanidade,
a) identifica as tensões internacionais durante a Revolução Russa.
*b) ilustra as relações americano-soviéticas durante a Guerra Fria.
c) caracteriza o panorama mundial durante a Guerra do Golfo Pérsico.
d) revela o perigo da corrida armamentista durante a Revolução Chinesa.
e) explica os movimentos pacifistas no Leste Europeu durante a Guerra do Vietnã.

38. UNIRIO
s origens da Guerra Fria relacionam-se o(a):
a) combate à hegemonia militar exercida pela China Comunista ao final da Segunda Guerra Mundial.
b) confronto econômico internacional dos países ocidentais contrários à industrialização da Ásia e à expansão do capitalismo japonês.
c) implantação de regimes socialistas nos países do leste europeu, devedores dos investimentos americanos empreendidos durante o Plano Marshall.
*d) divisão do mundo de dois blocos políticos e ideológicos antagônicos, o bloco socialista e o bloco capitalista.
e) eclosão de revoluções socialistas em Cuba, na Coréia e no Vietnã do Norte, que ameaçam a presença econômica americana na Indochina e na América Latina.

39. ENEM
Os 45 anos que vão do lançamento das bombas atômicas até o fim da União Soviética, não foram um período homogêneo único na história do mundo. (...) dividem-se em duas metades, tendo como divisor de águas o início da década de 70. Apesar disso, a história deste período foi reunida sob um padrão único pela situação internacional peculiar que o dominou até a queda da URSS.
(HOBSBAWM, Eric J. " Era dos Extremos". São Paulo: Cia das Letras, 1996)

O período citado no texto e conhecido por " Guerra Fria" pode ser definido como aquele momento histórico em que houve
a) corrida armamentista entre as potências imperialistas européias ocasionando a Primeira Guerra Mundial.
b) domínio dos países socialistas do sul do globo pelos países capitalistas do Norte.
c) choque ideológico entre a Alemanha Nazista/União Soviética Stalinista, durante os anos 30.
d) disputa pela supremacia da economia mundial entre o Ocidente e as potências orientais, como a China e Japão.
*e) constante confronto das duas superpotências que emergiam da Segunda Guerra Mundial.

40. PUCMG
Em junho de 1956, um relatório do Departamento de Estado norte-americano alertava:

"Para os países menos desenvolvidos da Ásia, as realizações econômicas da URSS são altamente relevantes. Que a URSS foi capaz de se industrializar rapidamente e como a viram sair do nada, isso é, apesar de quaisquer receios sobre o sistema comunista, um fato encorajador para essas nações."

A partir da argumentação anterior, é correto afirmar, EXCETO:
*a) Os EUA assumiram uma postura contrária à descolonização iniciada após 1945, objetivando manter suas áreas de influência na Ásia.
b) A URSS utilizou-se das conquistas sociais e do crescimento econômico alcançados internamente como trunfo para sua propaganda externa.
c) O nível de empobrecimento, observado em várias regiões da Ásia, instigou alguns países desse continente a optarem pela via socialista.
d) Após o término da Segunda Grande Guerra, tornou-se impossível negar o progresso material atingido pela URSS e a sua condição de potência.
e) O governo norte-americano temia o avanço do socialismo no Oriente, devido à instabilidade social e política crescente então verificada.

41. PUCMG
Sobre a Guerra da Coréia (1950-1953), é correto afirmar, EXCETO:
*a) O teatro de operações estendeu-se pelo território chinês, ficando a população submetida a um clima de "fogo cruzado" entre os norte-americanos e russos.
b) O início do conflito está relacionado com a invasão da Coréia do sul por tropas da Coréia do Norte sob a influência dos russos e chineses.
c) O sul da Coréia, área de influência norte-americana, tendia para o regime democrático e a Coréia do Norte, para o regime socialista, sendo que as duas partes não conseguiram chegar a um acordo político.
d) A Coréia era uma antiga possessão japonesa que fora ocupada durante a Segunda Guerra Mundial e, após o conflito, com a vitória dos aliados, transformou-se em cenário da Guerra Fria.
e) As tropas da ONU, comandadas pelo general Mac Arthur, conseguiram rechaçar os norte-coreanos, sendo, posteriormente, fixadas as fronteiras entre os dois países na altura do paralelo 38°.


42. UFMG
Ao longo do período conhecido como Guerra Fria, eclodiram vários conflitos nas zonas de influência disputadas pelas duas superpotências que, então, pretendiam controlar o mundo.
Um dos conflitos gerados no contexto da Guerra Fria foi a
*a) Guerra da Coréia, ocasionada pela invasão da Coréia do Sul, zona de ocupação norte-americana, por tropas norte-coreanas, seguida da intervenção dos EUA no País.
b) Guerra da Criméia, resultante da disputa entre soviéticos e norte-americanos pela posse da Península da Criméia, ponto estratégico para o lançamento de mísseis teleguiados.
c) Guerra do Ópio, motivada pela disputa de interesses comerciais entre ingleses e russos na China, em razão do enorme mercado consumidor deste país.
d) Guerra dos Bôeres, iniciada com a invasão norte-americana na África do Sul, em função das violências do 'apartheid', regime apoiado pela União Soviética.


43. UFPE
O Plano Marshall, organizado pelos Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial, visava a:
a) proceder ao desarmamento dos países beligerantes, especialmente o Japão.
b) estabelecer bases militares nos países da Europa que não pertenciam ao bloco soviético.
*c) recuperar economicamente os países devastados pela guerra.
d) organizar os exércitos aliados durante a Guerra Fria.
e) impedir o desenvolvimento econômico dos países dominados pela União Soviética.

44. UFSM
A "Guerra Fria", que se desenvolveu após o término da 2 Guerra Mundial, foi liderada pelos EUA e URSS, dando origem a duas importante alianças militares, conhecidas como
a) COMECON e OTAN.
b) ONU e OTAN.
*c) OTAN e Pacto de Varsóvia.
d) Pacto de Varsóvia e Pacto de Washington.
e) COMECON e Pacto de Varsóvia.

45. UFC
A intervenção dos Estados Unidos da América no Vietnã, no contexto dos conflitos militares da Guerra Fria, tinha como propósito:
*a) evitar a reunificação do Vietnã sob o poder do governo socialista do Norte, o que representaria a ampliação da zona de influência soviética.
b) garantir a realização de eleições gerais e diretas em todo o Vietnã a fim de possibilitar a desocupação militar americana da Coréia do Sul.
c) retirar as bases militares soviéticas estabelecidas em território vietnamita com a finalidade de pôr fim à corrida armamentista.
d) restituir o domínio colonial francês no território a fim de salvaguardar o regime democrático na Coréia.
e) impedir o massacre de civis do Vietnã do Sul pelo governo socialista do Norte, que seguia a orientação de práticas stalinistas.

46. UFC
Leia o texto abaixo.

"O aspecto mais marcante da ordem geopolítica bipolar foi a chamada Guerra Fria. Ela consistiu simultaneamente numa disputa e numa conivência entre Estados Unidos e ex-União Soviética. Foi uma disputa tanto político-militar e econômica como diplomática, cultural e ideológica. Pode-se dizer que ela representou uma espécie de prolongamento da Segunda Guerra Mundial, só que sem as batalhas, sem os conflitos militares diretos."
(VESENTINI, José William. "A nova ordem mundial". São Paulo: Ática, 1995, p.12.)

A partir da leitura do texto, pode-se compreender que a ausência de conflitos militares diretos entre as duas superpotências significa que:
a) a competição econômica neutralizou os conflitos militares durante os anos da Guerra Fria.
*b) as disputas militares ocorreram de forma indireta em outros países, como os do Terceiro Mundo.
c) a idéia de democracia presente na ideologia capitalista e na socialista impediu a eclosão de movimentos militares.
d) a paz predominou no mundo a partir do pleno funcionamento das relações diplomáticas.
e) o progressivo desarmamento no planeta ocorreu com o fim da Segunda Guerra Mundial.

47. UFRN
Eric Hobsbawm, historiador inglês, afirma que

... os governos das duas superpotências aceitaram a distribuição global de forças no fim da Segunda Guerra Mundial (...). A URSS controlava uma parte do globo (...). Os EUA exerciam controle e predominância sobre o resto do mundo capitalista, além do hemisfério norte e oceanos, assumindo o que restava da velha hegemonia imperial das antigas potências coloniais.
(...)
Na Europa, linhas de demarcação foram traçadas (...). Havia indefinições, sobretudo acerca da Alemanha e da Áustria, as quais foram solucionadas pela divisão da Alemanha segundo as linhas das forças de ocupação orientais e ocidentais e a retirada de todos os ex-beligerantes da Áustria.
HOBSBAWM, Eric. "A era dos extremos: o breve século XX (1914-1991)". São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 224.

No texto acima, Hobsbawm analisa acontecimentos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial. É possível afirmar que, na Europa, com o fim da Segunda Guerra Mundial,
*a) soviéticos e americanos alteraram fronteiras geográficas, demarcando seus blocos de influência, sem considerar particularidades nacionais.
b) Roosevelt, Churchill e Stalin assinaram acordos internacionais, restringindo a produção de armas nucleares a determinados países.
c) os líderes das grandes nações dividiram a Alemanha nazista e a Itália fascista, desrespeitando o princípio da autonomia dos povos.
d) americanos e soviéticos repartiram a Alemanha para evitar a propagação de regimes autoritários, almejando garantir a democracia no planeta.

48. PUCRS
Uma das mudanças no contexto internacional, relacionadas ao final da Segunda Guerra Mundial, é
a) o desmantelamento do império Austro-Húngaro e sua divisão em novos Estados.
b) o perdão da dívida de guerra alemã pelos aliados, na conferência de Potsdam.
c) a divisão da Alemanha em dois Estados e a independência de suas colônias.
*d) a reorganização da economia da Europa Ocidental através do Plano Marshall.
e) a criação da Sociedade das Nações visando manter a paz no continente europeu.

49. MACKENZIE
(...) quem foi o responsável pela Guerra Fria? (...) é tentador juntarmo-nos aos mediadores históricos que atribuem ao medo mútuo de confronto que aumentou até os dois "campos armados começarem a mobilizar-se" (...) claro que isso é verdade, mas não toda a verdade (...) Mas não explica o tom apocalíptico da
Guerra Fria.
Eric J. Hobsbawm

Dentre as origens da Guerra Fria podemos destacar:
a) a Doutrina Trumam, que incentivou os soviéticos a ampliarem seu domínio político nos países do Leste europeu.
b) a divisão do território alemão pelas potências vencedoras da II Guerra Mundial e as divergências quanto à sovietização do Oriente Médio.
*c) a construção de um discurso inglês e norte-americano, que procurou mostrar os perigos do expansionismo soviético.
d) a assinatura do Pacto de Varsóvia, que proibiu a Iugoslávia de receber ajuda econômica e militar dos Estados Unidos.
e) a declaração unilateral da URSS da "Detente", que exprimia o desejo de buscar a coexistência pacífica entre os dois sistemas ideológicos.

50. FGV
Em 1955, os países do Leste Europeu instituem uma aliança militar. A essência dessa aliança está em um compromisso de ajuda mútua, em caso de agressão armada de outras nações.

Estamos nos referindo ao Pacto de:
*a) Varsóvia;
b) Organização do Tratado do Atlântico Norte;
c) Bandung;
d) Potsdam;
e) Suez.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

GUERRA FRIA PARA O EXAME FINAL ANUAL

Como foi solicitado por nossos alunos noturnos, estamos disponibilizando uma síntese para as aulas de Guerra Fria que se farão acompanhar de algumas questões para estudo:

NOVO TEXTO:

Guerra Fria
Ademar, Ricardo e Flávio

Terminada a II Guerra Mundial, em 1945, a situação política mundial iria conhecer novos rumos, em virtude do afasta-mento dos países europeus da condição de grandes potências, e, especialmente, do surgimento de duas "superpotências": os Estados Unidos e a União Sovié-tica. Esta bipolarização iria tra-zer profundos desdobramentos, entre os quais se destaca a Guerra Fria.
Costuma-se conceituar Guerra Fria como um conflito "diferen-te" dos con­flitos tradicionais, uma vez que os dois principais contendores não se enfrentam diretamente, do ponto de vista militar. Esse novo confronto, quando chega à situação de envolvimento bélico, ocorre sempre em outros países, prin-cipalmente os do Terceiro Mun-do. Todos sabem que um confli-to aberto envolvendo as duas super­potências equivale hoje a colocar um ponto final na Histó-ria, pois não haveria a menor possibilidade de alguém sobre-viver a uma guerra nuclear.
Quando se analisam as origens da Guerra Fria, percebe-se com muita clareza o envolvimento inglês e norte-americano na construção de um discurso que pro­curava mostrar os perigos do expansionismo soviético. Apontava-se para a Europa Ori-ental como o exemplo mais pal-pável desse expansionismo, uma vez que os soviéticos havi-am ocupado aquela região du-rante a Guerra Mundial e se recusavam a abandoná-la. No texto de aprofundamento se discutirá um pouco mais estes "mitos" da Guerra Fria.
-j Há uma certa discordância entre os autores no que se refere à periodização do conflito. Para muitos, a Guerra Fria já é um assunto do passado, uma vez que teria se desenrolado no final dos anos 40 e nos anos 50. Já no final da década de 50,
justificam eles, as relações EU-A/URSS passam a ser coman-dadas pela ideologia da "Coe-xistência Pacífica" e, posterior-mente, da "Détente". E, nos dias de hoje, já não se poderia falar em bipolarização, uma vez que novas forças emergiram e o quadro das relações internacionais modificou-se substancialmente. Para outros autores, a Guerra Fria perpassa todo esse período, do final da segunda Guerra Mundial aos dias de hoje, uma vez que consideram o período da "Coexistência Pacífica" e da "Détente" como simples fases do conflito, sendo que nos anos 80 ter-se-ia a fase da "Nova Guerra Fria".

Os Anos 40/50: a Guerra Fria "Clássica"

a) No dia 5 de março de 1946, o ex-primeiro-ministro inglês Churchil, em visita aos Estados Unidos, fez um discurso na ci-dade de Fulton, tendo ao seu lado o presidente Truman, dos Estados Unidos. Nesse discurso, conclamou os norte-americanos a fornecerem ajuda econômica e militar à Grécia e à Turquia, cujos governos estavam às vol-tas com uma luta interna contra o Partido Comunista. Alertava ele para o perigo que represen-tava para o "mundo livre"essa expansão do comunismo.
b) Em resposta a esse discurso e em atenção aos seus próprios interesses, o presidente Tru-mam elaborou, em 1947, uma Mensagem ao Congresso que ficou conhecida como Doutrina Truman. Nesta Mensagem, Truman solicitava aos deputados a concessão de ajuda eco-nômica e militar aos governos grego e turco. Havia se sensibi-lizado pelo apelo de Churchil. A Doutrina Truman, na realidade, estava oficialmente declarando a Guerra Fria.
c) A partir do momento em que a Guerra Fria passava a existir, dentro dos planos norte-americanos de contenção do expansionismo soviético, seria extrema­mente importante cui-dar da reconstrução da Europa. Isto será proposto pelo general George Marshall e aceito pelo governo dos Estados Unidos. Milhões de dólares serão despe-jados na Europa Ocidental, com o objetivo de permitir uma re-cuperação rápida, para fazer frente aos soviéticos. É impor-tante lembrar que tal ajuda foi oferecida também aos países da Europa Oriental, sendo que Sta-lin proibiu-os de aceitarem. Somente a lugoslávia desobe-deceu às instruções de Stalin, gerando o primeiro rompimento dentro do bloco socialista. O presidente Tito, da lugoslávia, aceitou a ajuda norte-americana, mantendo-se, no entanto, socialista.
d) Para conter os soviéticos não bastava a ajuda econômica. Era necessário, ainda, ter um braço armado. E isto aconteceu com a criação da Organização do Tra-tado do Atlântico Norte (OTAN), em abril de 1949. A OTAN é uma organização militar, reu-nindo os países da Europa Oci-dental, os EUA e o Canadá, com objetivos "defensivos".
e) Os soviéticos reagiram a to-das essas tentativas de conten-ção. Os países da Europa Orien-tal foram "sovietizados", em resposta à tentativa dos Estados Unidos de fornecer ajuda econômica a eles. Nos primeiros tempos, após a Segunda Guer-ra, os governos desses países ainda reuniam elementos dos antigos partidos burgueses e camponeses. Os Partidos Co-munistas não eram, geralmente, muito poderosos. No entanto, à medida em que as pressões norte-americanas começaram a se tornar mais efetivas, todos os partidos foram dissolvidos, instituindo-se regimes de partido único, coletivização forçada das terras. Reorganizou-se também o Comitê de Informação dos Partidos Comunistas e Operários (KOMINFORM) e criou-se o Pacto de Varsóvia, aliança militar dos países da Europa Oriental e da URSS.
f) Uma das regiões mais explo-sivas nesse primeiro momento de tensão entre o bloco capita-lista e o socialista foi a Alema-nha. Terminada a Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida em quatro setores, ocupados pêlos soviéticos, norte-americanos, ingleses e france-ses. A cidade de Berlim, antiga capital alemã, ficou também dividida em quatro setores, posteriormente transformados em dois. Em 1948, quando se discutiam as questões relativas à criação de uma nova moeda para a Alemanha, o problema de Berlim tornou-se agudo e os soviéticos iniciaram o bloqueio da cidade, tentando impedir o abastecimento do setor oeste. No entanto, uma ponte aérea organizada pêlos americanos e ingleses conseguiu abastecer a cidade, determinando, algum tempo depois, a retirada do bloqueio. Logo em seguida, os soviéticos criaram a República Democrática Alemã (RDA), en-quanto os setores americano, inglês e francês foram trans-formados na República Federal da Alemanha, capitalista.
g) Dentro dos EUA, o clima de histeria anti-comunista teve seu ponto máximo com a campanha desenvolvida pelo senador Eu-gene McCarthy, para extirpar os elementos comunistas da socie-dade norte-americana. Incontá-veis prisões e perseguições fo-ram efetuadas, inclusive nos meios artísticos (Charles Cha-pim, o Carlitos, foi uma das mais famosas vítimas). A onda de histeria era alimentada com novos acontecimentos: a URSS explodia suas primeiras armas nucleares, a China fazia a sua revolução, aderindo também ao socialismo. A verdadeira para-nóia que se instalou nos EUA só teve seu fim quando o senador McCarthy passou a acusar ele-mentos das forças armadas como comunistas. Em 1954 ele foi condenado pelo Congresso por suas atividades, caindo em descrédito.
h) Um dos momentos mais ten-sos dessa primeira fase foi a Guerra da Coréia (1950-53). Após a II Guerra Mundial, a Coréia fora dividida em duas áreas de influência: o Norte, sob controle comunista e apoia-do pela URSS e o Sul, apoiado pêlos EUA. De acordo com deci-são da ONU, deveria haver a reunificação do país após elei-ções gerais. No entanto, confli-tos fronteiriços a partir de 1950 levaram a uma guerra entre as duas partes, com envolvimento decisivo dós Estados Unidos apoiando a Coréia do Sul, en-quanto os soviéticos e chineses deram apoio ao Norte. Os con-flitos se prolongaram até 1953, quando foi firmado um armistí-cio, confirman­do a divisão da Coréia, situação que ainda hoje permanece.
i) O fim dessa primeira fase é assinalado com a crise dos mís-seis soviéticos em Cuba. A re-volução Cubana ocorrera em 1959, passando a ilha para o bloco socialista. Aviões de espi-onagem dos Estados Unidos descobriram que estavam sendo instaladas rampas de lança-mento de mísseis, levando o presidente Kennedy a ordenar o bloqueio de Cuba pela marinha norte-americana, e a imediata retirada dos mísseis, sob pena de invasão. Os soviéticos opta-ram por atender à imposição, mas garantindo, por outro lado, que os americanos não tentari-am mais a derrubada de Fidel Castro. Retirados os mísseis, o bloqueio foi desfeito. Mas essa crise mostrou que a política de enfrentamento entre as duas superpotências poderia levar a desdobramentos inimagináveis. Já de algum tempo a liderança soviética vinha acenando com a idéia da "coexistência pacífica" e alguma coisa será feita neste sentido: instala-se o "telefone vermelho" ligando a Casa Bran-ca ao Kremlin; pensa-se em cooperação tecnológico-espacial.

Os Anos 60/70: Coexistência Pacífica e Détente.

A idéia de Coexistência Pacífica foi expressa por Nikita Krus-chev, que sucedeu a Stalin. Partia do pressuposto que a luta entre os dois sistemas deveria ser travada prioritariamente no campo econômico e não no campo bélico. Nos anos 60 essa tese foi encampada pêlos norte-americanos, passando a confi-gurar as novas relações entre os dois países. Para alguns au-tores, isso significa que a Guer-ra Fria terminou; para outros, trata-se apenas de mais uma etapa do conflito. Estes esforços de aproximação e de atitudes não-beligerantes, no entanto, serviram para encobrir um dos maiores massacres do século XX: a guerra do Vietnã, que se estendeu também ao Laos e ao Camboja.
Nos anos 70, já com novos diri-gentes (Brejhnev na URSS e Nixon, nos EUA), as relações entre as duas superpotências entraram num clima de Détente (distensão). O mundo se modi-ficara de forma extremamente significativa desde o início da Guerra Fria. Havia um dado importante: no conflito entre a China e a URSS os americanos procuraram aproximar-se dos chineses. Para isso era necessá-rio acabar com a Guerra do Vi-etnã, o que foi feito em 1972. A aproximação entre americanos e chineses tinha objetivos bem claros a nível das relações in-ternacionais, uma vez que obri-gava a URSS a encarar a China como potencial inimigo, talvez mais perigoso que os EUA.
Com a ascensão do governo Cárter, nos EUA, esta política continuou a ser utilizada, mas, no final dos anos 70, uma série de crises localizadas (principal-mente com a ascensão do Aia-tolá Khomeini, no Ira, em subs-tituição ao Xá Reza Pahlevi, tradicional aliado dos america-nos) praticamente "congelou" a Détente.
É importante realçar que o en-frentamento entre as duas su-perpotências não cessara, uma vez que podia ser facilmente detectado nas lutas de inde-pendência de Angola e Moçam-bique, no apoio norte-americano a Israel, por exemplo. Mas o "congelamento" da Détente tornou-se muito claro quando da invasão do Afeganistão pelas tropas soviéticas, em 1979. Em represália a esta invasão, fartamente denun­ciada pela imprensa ocidental, os norte-americanos resolveram boicotar as Olim­píadas de 1980, que se realizaram em Moscou, numa nítida atitude de protesto. Na esteira do descontentamento que tomou conta da sociedade norte-americana com as in-decisões do governo Cárter (principalmente no que se refe-re à prisão de
norte-americanos pêlos irania-nos), uma onda conservadora levou à vitória de Ronald Reagan nas eleições presidenciais. Com ele, um novo discurso truculento e agressivo em relação à URSS, passou a ser desenvolvido, gerando o que alguns autores denominam de "nova guerra fria".

Os Anos 80: a "Nova" Guerra Fria

O novo presidente dos EUA ha-via se destacado na época do Macarthismo como um elemento que, sendo ator de cinema, contribuiu para denunciar ao FBI uma série de colegas de profissão. Alçado agora à presi-dência da maior potência militar e econômica do mundo, Reagan desferiu violentos discursos contra os "satânicos" comunis-tas e mostrou-se disposto a enfrentá-los novamente. Isto pôde ser percebido facilmente na ajuda econômica e militar aos rebeldes afegãos e , princi-palmente, na América Central, com a verdadeira cruzada con-tra a Nicarágua e os sandinistas, que haviam tirado o ditador Somoza do poder (diga-se, de passagem, que Somoza sempre fora apoiado pêlos norte-americanos). Um verdadeiro cerco à Nicarágua foi feito, in-clusive com o apoio financeiro aos "contras", isto é, àqueles elementos que, com base nos países vizinhos à Nicarágua, tentam derrubar o governo sandinista. A invasão da ilha de Granada teve efeito evidente de demonstração do poderio norte-americano, servindo como um aviso para os nicaragüenses.
No entanto, a surpresa maior ficou por conta da ascensão de Mikhail Gorbachev na URSS e sua política de Glasnost, associ-ada à Perestroika (esses assun-tos serão analisados mais à frente). O fato é que, devido às novas propostas do dirigente soviético, interessado em redu-zir os orçamentos militares para atender aos imperativos do de-senvolvimento econômico, os americanos foram pegos de surpresa com as propostas de destruição de mísseis e desar-mamento estabelecidas por Gorbachev.
Os novos tratados assinados em 1987 reduziram muito pouco os arsenais das duas potências, mas foram um primeiro passo significativo no sentido de per-mitir um entendimento maior.
Na sequência do desenvolvi-mento das reformas implemen-tadas por Gor­bachev, como se verá no capítulo 3, rufram os governos da Europa Oriental, o Muro de Berlim foi derrubado, as duas Alemanhas se unifica-ram: em suma, o quadro ideo-lógico existente na Europa Ori-ental e que justificava a exis-tência da Guerra Fria, deixou de existir.
Podemos, portanto, falar que a Guerra Fria terminou. A década de 90 se iniciou com modifica-ções sensíveis, que fizeram com que o conflito Leste X Oeste começasse a se tomar algo do passado.
Alguns problemas permanecem ainda sem solução, como por exemplo, o que fazer da OTAN. Ela não é mais necessária, visto que o Pacto de Varsóvia desin-tegrou-se. A permanência de tropas americanas na Alemanha também tornou-se desnecessária. Mas, sobretudo, o que tem preocupado sobremaneira é o destino do arsenal atômico da ex-URSS.
Com a desintegração da União Soviética, ocorre uma disputa entre as novas repúblicas para saber quem ficará de posse desse arsenal. Enquanto isso, correm notícias de que artefatos nucleares têm sido vendidos a diversos países, o que pode aumentar o risco de conflitos, particularmente na região do Oriente Médio, que já é um local bastante conturbado.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

APOSTILAGEM PARA ESTUDO

A temática para a prova dos alunos do 3o ano do Aplicação é o processo de descolonização afro-asiática que vc pode encontrar ao clicar o arquivo abaixo:

http://www.4shared.com/file/144229416/eea1ff3/processodescolonizacao.html

boa prova.

sábado, 24 de outubro de 2009

FILMES INDICADOS POR TEMÁTICA

Nossos alunos do 3o aluno estão desenvolvendo estudos sobre o processo de descolonização afro-asiática, assim procuramos estabelecer algumas indicações de filmes que são importantíssimos para compreensão do processo histórico.
O primeiro destes é um clássico que 'habita' as escolas e sala-de-aula:



TÍTULO DO FILME: Gandhi
DIREÇÃO: Richard Attenborough
INTRODUÇÃO
Depois de consumir 20 anos para ser concluída, esta obra-prima ganhou 9 Oscar em 1983, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator. Com primorosos detalhes, a vida de GANDHI seus princípios e ideais explodem nas telas em cenas impressionantes
RESUMO
O filme retrata a vida de Mahatma Gandhi, considerado o principal líder da luta pela independência da Índia, após décadas de dominação do imperialismo inglês. Apesar de biográfico e de não entrar em discussões político-ideológicas, o filme mostra a situação de pobreza e exploração do povo indiano e momentos marcantes de sua luta e organização, como o terrível massacre em Amristar, onde os ingleses atingiram 15 mil homens, mulheres e crianças desarmados e a dramática marcha até o mar na qual Gandhi liderou milhares de seus conterrâneos indianos a provar que o sal marinho pertencia a todos e não era apenas uma mercadoria britânica; colocando em prática a política de desobediência civil, fundamentada no princípio da ação não violenta, considerada por ele como a maior força a ser empregada na defesa dos direitos das pessoas
Apesar da simplicidade, Gandhi era um homem de família rica, estudou Direito na Inglaterra e viveu na África do Sul. Pertencia ao "Partido do Congresso" que representava os interesses da maioria hindu.
Foi durante a luta pela independência que surgiu a divisão político-religiosa entre hindus e muçulmanos, que culminou com a divisão da região, originando dois países, a Índia e o Paquistão.



A seguir:
O ANO EM QUE VIVEMOS EM PERIGO (1982)
O Ano em que Vivemos em Perigo
(The Year of Living Dangerously, Austrália, 1982)
Gênero: Romance
Duração: 117 min.
Tipo: Longa-metragem / Colorido
Prêmios: Vencedor de 1 Oscar
Australiano
Diretor(es): Peter Weir
Roteirista(s): C.J. Koch, Peter Weir, David Williamson (1)
SINOPSE
Em meio à revolução na Indonésia, ambicioso jornalista e correspondente australiano (Mel Gibson) se envolve com diplomata da embaixada americana (Sigourney Weaver). Os dois vivem forte paixão sem saber se sobreviverão à violência. Oscar de melhor atriz coadjuvante para Linda Hunt, no papel da fotógrafa anã Billy Kwan).



Os Gritos do Silêncio

Sinopse

Sydney Schanberg é um jornalista do 'New York Times' enviado ao Camboja, em 1972, como correspondente de guerra. Ali, conhece Dith Pran, um nativo que se torna seu guia e intérprete. Juntos, são os únicos homens da imprensa a presenciarem, em agosto de 1973, ao escandaloso resultado do errôneo bombardeio sobre o povoado de Neak Luong pelos B-52 americanos.
Em março de 1975, a capital Phnom Penh começa a sofrer ações terroristas do Khmer Vermelho, ao mesmo tempo em que passa a abrigar mais de 2 milhões de refugiados. Quando o governo cambojano cai, os EUA retiram-se do País, e toda a família de Pran emigra para a América, com exceção dele, que fica ao lado de Schanberg, para ajudá-lo a cobrir os novos acontecimentos. Os dois refugiam-se na Embaixada inglesa, mas quando tentam abandonar o País, o novo exército revolucionário não permite a saída de Pran, que é enviado para um Campo de Reeducação Rural.
Nos EUA, Schanberg ganha o Prêmio Pulitzer por seu trabalho, quando da cobertura da tomada de Phnom Penh.
Sem notícias do amigo e na ânsia de reencontrá-lo, Sydney envia correspondências com fotos de Pran para veículos de comunicação de todo o mundo, órgãos mundiais como a Cruz Vermelha e postos da fronteira com o Camboja.
Pran cuidava do filho de um líder do Khmer e, por isso, acaba conquistando sua simpatia. O líder é morto ao tentar conter o genocídio e pouco depois de sugerir a Pran que fuja com seu filho. Na fuga, o garoto e um dos amigos são mortos por uma mina. Pran consegue chegar à fronteira do Camboja sozinho e, logo depois, encontra-se com Schanberg. Finalmente, viaja com o amigo para o reencontro com a família.



Bom Dia Vietnã

Saigon, 1965. Adrian Cronauer (Robin Williams), um aeronauta, foi para o sudeste da Ásia para trabalhar como disc-jockey na Rádio Saigon, que era operada pelo governo americano. Em contraste com os tediosos locutores que o precederam, Cronauer é bem dinâmico e inicia sempre as transmissões com um sonoro e vibrante "Bom Dia, Vietnã", tocando músicas que não tinham sido aprovadas por seus bitolados superiores. Mas o que realmente chamava atenção eram as piadas que ele falava durante o seu programa, provocando a indignação de Steven Hauk (Bruno Kirby), um segundo tenente que era o superior imediato de Cronauer. Hauk tinha uma necessidade enorme de provar que era superior hierarquicamente e além disto tinha um humor pueril e patético. Movido pela inveja e ciúme, ele tenta prejudicar Cronauer mas a popularidade dele é tal que é protegido pelos altos escalões. Paralelamente, Adrian sente-se atraído por Trinh (Chintara Sukapatana), uma jovem vietnamita. Uma dia, quando Cronauer estava saindo do Jimmy Wah's, um bar bem popular que era freqüentados por americanos, houve uma explosão em virtude de um explosivo plástico ter sido colocado no local. Este atentado matou duas pessoas e ainda feriu três. Apesar de ser proibido de divulgar o acontecido, Adrian narrou ironicamente o que aconteceu. Imediatamente Hauk o chamou de subversivo e foi apoiado por Phillip Dickerson (J.T. Walsh), um oficial que sempre detestou Adrian. Porém, o general Taylor (Noble Willigham) não permitiu que o incidente tomasse grandes proporções e deu só uma suspensão para Cronauer, ficando acertado que ele seria substituído por Hauk, que tentou ser engraçado mas só conseguiu ser ridículo. Para piorar, tocou várias polcas que ninguém gostava e assim conseguiu diversas críticas negativas. Além do mais, todos pediam a volta de Cronauer. Diante deste quadro, Taylor ordenou que ele fosse reintegrado, mas algo grave iria acontecer, que nem mesmo Taylor iria poder contornar.



Apocalipse Now
sinopse
Em plena Guerra do Vietnã, por volta de 1969, um alto comando do exército americano designa o capitão Willard para matar o coronel Kurtz no interior da selva do Camboja.
Subindo o rio num barco de patrulha e escoltado por quatro soldados, Willard depara-se com situações inacreditáveis e absurdas geradas pela guerra enquanto examina os documentos a respeito do coronel. Ao chegar ao seu destino, percebe que os nativos adoram Kurtz como a um deus e terá de decidir se cumpre ou não a sua missão.
O filme tem duas versões. A segunda, feita em 2001, chama-se "Apocalypse Now Redux" e tem 197 minutos, 44 minutos a mais de cenas adicionais. Esta versão foi reeditada pelo próprio Francis Ford Coppola.
Marlon Brando .... coronel Walter E. Kurtz
Martin Sheen .... capitão Benjamin L. Willard
Robert Duvall .... tenente-coronel Bill Kilgore
Frederic Forrest .... Jay 'Chef' Hicks
Sam Bottoms .... Lance B. Johnson
Laurence Fishburne .... Tyrone 'Clean' Miller
Albert Hall ... . chefe Phillips
Harrison Ford .... coronel Lucas
Dennis Hopper .... fotojornalista
Desenvolvimento
Enquanto trabalhava como assistente para Francis Ford Coppola no filme The Rain People, George Lucas encorajou seu amigo e cineasta John Milius a escrever um filme sobre a Guerra do Vietnã. [2] Millius teve a ideía de adaptar a trama Heart of Darkness de Joseph Conrad para a Guerra. Ele queria dirigir o o filme e sentiu que George Lucas era a pessoa certa para o trabalho. No entanto, o também cineasta Carroll Ballard diz que Apocalypse Now foi sua idéia em 1967 antes de Milius escrever o roteiro. Ballard tinha um acordo com o produtor Joel Landon e eles tentaram conseguir direitos do livro de Conrad mas não obtiveram sucesso. Lucas adiquiriu os direitos mas falhou em dizer à Ballard e Landon.



Um Grito de Liberdade
Sinopse

A história de uma amizade memorável entre dois homens inesquecíveis. A tensão e o terror da atualidade da África do Sul é poderosamente retratada neste emocionante filme realizado por Richard Attenborough, que nos conta a história de um ativista negro Stephen Biko (Denzel Washington) e de um editor liberal de um jornal branco que arrisca a sua própria vida para divulgar ao Mundo a mensagem de Biko. Depois de ter conhecimento dos verdadeiros horrores do Apartheid, através das descrições de Biko, o editor Donald Woods (Kevin Kline) descobre que o seu amigo foi silenciado pela polícia. Determinado a fazer ouvir a mensagem de Biko, Woods embarca numa perigosa aventura para escapar da África do Sul e divulgar ao mundo a impressionante história de coragem de Biko. A fascinante história mostra as facetas da humanidade nas suas vertentes mais terríveis e mais heróicas.
Informações Técnicas
Título no Brasil: Um Grito de Liberdade
Título Original: Cry Freedom
País de Origem: Canadá
Gênero: Drama / Documentário
Classificação etária: 18 anos
Tempo de Duração: 157 minutos
Ano de Lançamento: 1987
Site Oficial:
Estúdio/Distrib.: Universal Pictures
Direção: Richard Attenborough

domingo, 11 de outubro de 2009

LEMBRETES DE ÚLTIMA HORA


As temáticas informativas abaixo relacionadas devem ser estudadas por nossos alunos pois as redações e inúmeras questões de vestibulares que serão aplicados devem abordar alguns destes:
Globalização;Rumos da Globalização;Globalização e Soberania Nacional;Direito Internacional:


Regras de Convivência;Poder da Cidadania (Greenpeace, Human Rights Watch, Anistia Internacional, Médicos sem Fronteiras, etc.);O Poder das ONGs;O Poder Local em crescimento em detrimento do Poder Central;Decisões Políticas dependentes das decisões econômicas;Direitos humanos e direitos universais (meninas mutiladas, etc...);Direitos Sociais;ONU;Viena 93 (direitos humanos);ECO 92 (meio ambiente);Regionalismo na Universalização dos Direitos Humanos;Rede da Cidadania;Democracia e seus valores;Revolução Cibernética;Comunicação e Informação;Sociedade Digital;Capital sem Pátria;Moeda eletrônica;Marrakesh 94 (comércio para todos);Migrantes;Êxodo Migratório;Deslocamentos sem fronteiras;Migração Global;Leis de Migração nos Estados Unidos;Muro no México;Legislação Européia sobre Migração;Terra como morada comum;Ecossistemas;Auto-sustento;Custo ecológico;Bens comuns globais;Agenda 21;Crime globalizado;Crime na infovia, Criminosos virtuais;Corrupção fenômeno mundial;


Muitos outros podem ser citados, mas reservam-se a constante leitura de jornais e revistas;

Indicamos como complementação o livro de Clóvis Brigagão e Gilberto Rodrigues, "Globalização a Olho Nu", da Coleção Polêmica, pela Editora Moderna, de 2002.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

ENEM: TÁ CHEGANDO A HORA

O site de educação da UOL preparou uma relação de temas, filmes e outros assuntos que podem com toda a certeza ser explorados pelo ENEM.
Boa Prova.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A QUESTÃO ALEMÃ: DO BLOQUEIO À QUEDA DO MURO

O bloqueio de Berlim

Stalin, por sua vez, reagiu à ofensiva. Em 1947 promoveu a criação do Kominform, organismo destinado a unificar a ação dos partidos comunistas e dos governos do Leste europeu sob sua direção, naturalmente. Dois anos depois procurou criar uma versão própria do Plano Marshall através do Comecon, conselho planejado para incrementar o auxílio econômico mútuo entre os países do bloco comunista. A consolidação de sua presença no Leste europeu dependia apenas da solução a ser encontrada para a Alemanha.Em 1948, após três anos de seguidos desentendimentos sobre o destino a ser dado ao pais, os soviéticos determinaram um bloqueio a Berlim, que ficava dentro de sua zona de ocupação, mas também estava dividida. Três quartos da antiga capital alemã - a parte ocidental - ainda estavam sob domínio das forças britânicas, francesas e norte-americanas. Com o bloqueio, Berlim Ocidental passou a receber apoio e suprimentos através de um corredor aéreo, uma linha de comunicação por avião montada especialmente para isso.A crise, que elevou perigosamente a temperatura das relações entre os Estados Unidos e a União Soviética, acabou resultando na divisão da Alemanha em dois países, em 1949: República Federal da Alemanha, sob controle norte-americano, e República Democrática Alemã, sob controle soviético. À semelhança do meridiano de Greenwich, que divide o globo terrestre e marca os fusos horários, a linha que agora dividia o mundo capitalista do mundo comunista passava por cima do antigo território alemão. E a divisão da Alemanha transformou-se no símbolo mais forte da impossibilidade de acordo entre Estados Unidos e União Soviética.O mundo saíra da Segunda Guerra Mundial dividido em dois. Restava apenas esperar que a crescente oposição entre os dois lados não resultasse em uma nova guerra. Os norte-americanos, de qualquer maneira, acreditavam que seu poderio bélico - conquistado através da posse isolada da bomba atômica - afastaria os soviéticos de um confronto direto. Pelo menos do ponto de vista militar, o Ocidente estava bem defendido.O ano de 1949, contudo, reservava uma última surpresa. No início de setembro, Harry Truman foi informado de que a União Soviética acabara de realizar com êxito um teste nuclear no deserto do Cazaquistão, próximo à cidade de Semipalatinsk. A novidade deixou o presidente perplexo: estava encerrado o monopólio nuclear norte-americano. Os soviéticos também dispunham da bomba atômica.A notícia fechava a equação da guerra fria. O mundo do segundo pós-guerra era dominado por duas superpotências rivais e absolutamente incompatíveis. Estava claro que um lado não se sentiria totalmente satisfeito a menos que obtivesse a rendição incondicional do outro. Mas ambos possuíam armas nucleares, o que significava que um confronto entre eles poderia levar o planeta a um desastre de proporções globais. Era nesse terreno literalmente explosivo que a humanidade deveria caminhar nas décadas seguintes.

A construção do muro

Já na madrugada de sábado para o domingo, dia 13 de agosto de 1961, surpresa na notícia de que o tráfego de trens entre Berlim Ocidental e Berlim Oriental fora suspenso.O fato, porém, só ficou claro quando o dia amanheceu. A República Democrática Alemã (RDA) dera início à construção de um muro entre as duas partes de Berlim, cortando o acesso de 16 milhões de alemães ao Ocidente. "A fronteira em que nos encontramos, com a arma nas mãos, não é apenas uma fronteira entre um país e outro. É a fronteira entre o passado e o presente", era a interpretação ideológica do governo alemão-oriental.A RDA via-se com razão ameaçada em sua existência. Cerca de 2 mil fugas diárias tinham sido registradas, ou seja, 150 mil desde o começo do ano e mais de 2 milhões desde que fora criado o Estado socialista alemão. Um muro de 155 quilômetros de extensão que interrompia estradas e linhas férreas e separava famílias.Ainda dois meses antes, Walter Ulbricht, chefe de Estado e do partido, desmentira boatos de que o governo estaria planejando fechar a fronteira: "Não tenho conhecimento de um plano desses, já que os operários da construção estão ocupados levantando casas e toda a sua mão-de-obra é necessária para isso. Ninguém tenciona construir um muro".Nos bastidores, porém, corriam os preparativos, sob a coordenação de Erich Honecker e com a autorização da União Soviética. Guardas da fronteira e batalhões fiéis ao politburo encarregaram-se da tarefa. Honecker não tinha a menor dúvida: "Com a construção da muralha antifascista, a situação na Europa fica estabilizada e a paz, salvaguardada".As potências ocidentais protestaram, mas nada fizeram. Para os berlinenses de ambos os lados da fronteira, a brutalidade do muro passou a fazer parte do cotidiano. Apenas 11 dias após a construção, morreu pela primeira vez um alemão-oriental abatido a tiros durante tentativa de fuga.

A queda do muro de Berlim

Nenhum outro acontecimento marcaria tão emblemática e simbolicamente a virtual desintegração do antigo bloco comunista, ou teria tanta influência sobre os movimentos no Leste europeu, quanto o processo que levou à queda do muro de Berlim, em 1989. Construído em 1961 para separar os setores oriental e ocidental da cidade para isolar, na realidade, o setor comunista do setor não comunista -, o famoso muro havia se tornado o maior símbolo do controle soviético sobre os países do Leste europeu. Como que enclaustrados no setor comunista da cidade, centenas de pessoas tentaram, ao longo de quase três décadas, achar uma maneira de fugir para o setor ocidental. Os fugitivos procuravam superar as muitas barreiras constituídas pelo muro - que contava, entre outras coisas, com cercas eletrificadas, valetas antitanque e policiamento permanente. A maior parte deles acabou eletrocutada ou fuzilada.Em setembro de 1989, entretanto, a Hungria abriu suas fronteiras com a Áustria, criando um novo roteiro de fuga da Alemanha Oriental. Milhares de alemães orientais passaram a sair de seu país em direção à Alemanha Ocidental, atravessando nesse caminho a Hungria e a Áustria. Além disso, como em outros países do Leste europeu, também na Alemanha Oriental uma onda crescente de protestos populares passou a ocorrer. Esgotado pelas manifestações e pela repercussão da emigração em massa, o governo do país finalmente determinou a derrubada do muro, em novembro de 1989. Verdadeiras multidões afluíram a Berlim e fizeram do acontecimento uma enorme festa, transmitida pela TV para todo o mundo. A queda da barreira preparava terreno para uma medida ainda mais radical, que viria pouco tempo depois - a reunificação alemã, sob a liderança da Alemanha Ocidental.

ELEMENTOS PARA A PROVA DO 3o ANO - APLICAÇÃO

Observem com atenção que acabamos de postar uma síntese organizada sobre a Guerra Fria abordando os principais elementos que utilizaremos em nossa prova.
Esta postagem se faz acompanhar de outra onde os autores a quem recorremos procuram produzir uma avaliação sobre os 'mitos da Guerra Fria' acompanhado de uma pequena discusão ideológica.
Chamamos também atenção para o texto sobre 'Persepolis', filme que foi projetado em sala de aula após os esclarecimentos sobre a questão iraniana, desde o processo de descolonização, abordando o nacionalismo e finalmente a questão da Revolução Islâmica e a idealização do radicalismo com ressureição do Estado Teocrático na história.
Para auxiliar a entender a questão da Alemanha e do muro adicionaremos mais um trabalho que pode servir de apoio para a prova.

GUERRA FRIA: TEXTO PARA LEITURA DE APROFUNDAMENTO

Como já foi acentuado no texto básico, o tema da Guerra Fria é bastante polémico, havendo diferentes interpretações do fenómeno por parte dos especialistas. Não é propósito, aqui, retomar as questões referentes à periodização da Guerra Fria. Optou-se por tecer algumas considerações relativas principalmente a três aspectos, que se considera de maior importância: os chamados "mitos" da Guerra Fria, a questão da propaganda e, sobretudo, a questão da Guerra Fria vista na ótica de um país do Terceiro Mundo, assunto que normalmente é descuidado, o que contribui para a manutenção dos mitos.Quando se refere aos mitos da Guerra Fria, está-se pensando como o historiador Isaac Deutscher que, numa palestra feita nos Estados Unidos, procurou alertar o seu público para urnas tantas questões relativas às origens da Guerra Fria. Nesta palestra, ele procurava mostrar como a propaganda deliberadamente fazia crer aos habitantes do Ocidente que a União Soviética representava uma terrível ameaça para as instituições democráticas do mundo livre.Basicamente, Deutscher apontava para quatro mitos:

1) o da superioridade da URSS;
2) o de que a URSS jamais alcançaria os EUA no tocante ao desenvolvimento tecnológico (especialmente o da energia nuclear);
3) o de que toda revolta ou revolução que aconteça no Terceiro Mundo na realidade é incentivada por Moscou;
4) o de que o bloco socialista constituía um monolito indestrutível.

O primeiro mito, segundo Deutscher, é fundamental para a compreensão das origens da Guerra Fria. Tratava-se de mostrar que, após a II Guerra, EUA e URSS emergiam como dois colossos. No entanto, nota ele, esta afirmativa só teria sentido para os EUA, uma vez que a URSS saiu da guerra com uma situação dramática: cerca de 20 milhões de russos haviam morrido, o país estava arrasado, sua economia em condições precárias. Até mesmo seu exército fora rapidamente desmobilizado. Portanto, a grande questão que se levanta é: teria a URSS condições e vontade de dominar alguma outra região do planeta? É altamente discutível. As únicas regiões da Europa oriental que Stalin ocupou, na realidade foram objeto de tratados assinados com o presidente norte-americano e o primeiro-ministro inglês, nasconferências efetuadas no final da guerra. Os soviéticos não moveram uma palha para ajudar os comunistas gregos e turcos, porque já haviam combinado naquelas conferências que aquelas regiões seriam de hegemonia britânica.No entanto, como diz Deutscher,
"pouco após o fim da guerra, a imagem do colosso russo, de um colosso maligno, voltado para a conquista e dominação mundiais, assombrou a mente do povo do Ocidente, e não apenas a do povo". (DEUTSCHER, Isaac. Ironias da História - Ensaios sobre o comunismo contemporâneo. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira. 1968, pp. 178-9.)
O segundo mito, ainda na opinião do mesmo autor, chega ao ridículo de desconhecer os avanços dos soviéticos no campo tecnológico. Dizia-se que os americanos teriam o monopólio da bomba atómica por muitas décadas; no entanto, em 1949, os soviéticos conseguiam fazer explodir a sua bomba.
"Mais tarde ainda, garantiram-nos que, embora ela (a URSS) pudesse ter um grande número de bombas atómicas, certamente não seria capaz de fabricar bombas-H. E quando isso provou estar errado, os peritos sustentaram que, embora os russos possuíssem as ogivas nucleares, não tinham nem teriam meios de enviá-las de modo a poder atingir o continente americano. Supunha-se que os mísseis balísticos intercontinentais estavam além do alcance da tecnologia russa. Por mais de doze anos, até que o primeiro Sputnik irrompeu no espaço exterior, em 1957, a guerra fria foi sustentada na presunção de uma absoluta e indiscutível superioridade americana em todos os campos da tecnologia." (DEUTSCHER, op.cit., p. 187.)
O terceiro mito é desmontado por Deutscher quando afirma que os movimentos rebeldes ou revolucionários que ocorrem no Terceiro Mundo possuem causas bem específicas, quais sejam a miséria e a degradação da vida a que são submetidos esses povos, e de que querer fazer crer que Moscou é a responsável por essas revoltas é simplesmente ridículo.Finalmente, com relação ao quarto mito, uma simples olhada para o bloco socialista mostra como é falsa essa ideia do monolitismo. A Iugoslávia rompeu com a URSS logo após a Segunda Guerra; a China, quando fez a sua revolução (1949), em pouco tempo se indispôs com os soviéticos. São apenas alguns exemplos, que mostram de forma categórica, que o aumento do número de países socialistas não significou o fortalecimento desse bloco. O bloco não é monolítico, uma vez que as suas rachaduras são bem visíveis.
Ora, todos esses mitos que Deutscher aponta e desmonta, serviram como base de uma intensa propaganda que justificou a Guerra Fria em seus momentos iniciais.A propaganda, aliás, foi uma das armas mais poderosas nesse conflito. Pelo fato de residir no Brasil, país que sempre se manteve ligado ao bloco capitalista, a única propaganda que aqui chegava era a dos EUA. E ela aparecia de forma extremamente diversificada: sob a capa de filmes, desenhos animados etc. O Super-Homem, o Capitão América, entre outros, eram os eternos defensores do Bem, da Verdade, da Justiça, da Democracia, E, curiosamente, suas roupas nada mais eram do que a bandeira norte-americana testilizada...
Quanto ao terceiro tema que se escolheu para discussão, acredita-se que talvez seja o mais significativo, uma vez que os habitantes do Terceiro Mundo, eram, desde 1946, obrigados a optar por um ou outro dos blocos em disputa. Mas será que haveria mesmo uma grande disputa entre eles? Alguns autores pensam que não, mas acreditam que tanto para os norte-americanos quanto para os soviéticos, era muito conveniente continuar a utilizar a ideologia da Guerra Fria. Veja-se, por exemplo, o que diz Noam Chomsky:
"As formas como os ideólogos das duas superpotências descrevem o sistema não é totalmente falsa. Uma propaganda efetiva não pode ser inteiramente falsa. Mas, por outro lado, a verdade real do sistema é completamente diferente. (...)O fato básico e crucial, que nunca é demais repetir, é que o sistema da Guerra Fria é altamente funcional para as superpotências, e é por isso que ele persiste, apesar da probabilidade de mútua aniquilação no caso de uma falha acidental, que ocorrerá mais cedo ou mais tarde.
A Guerra Fria fornece um arcabouço onde cada uma das superpotências pode usar a força e a violência para controlar seus próprios domínios contra os que buscam um grau de independência no interior dos blocos — apelando à ameaça da superpotência inimiga, para mobilizar sua própria população e a de seus aliados." (CHOMSKY, Noam. Armas Estratégicas, Guerra Fria e Terceiro Mundo. In: THOMPSON, Edward. Exterminismo e Guerra Fria. São Paulo, Brasiliense, 1985, p. 190.)
Em outras palavras, Chomsky quer dizer que, para os norte-americanos e soviéticos, foi muito conveniente utilizar a ideologia da Guerra Fria, pois ela garantiu a justificativa para suas agressões a países do Terceiro Mundo. Seria ridículo acreditar que a Nicarágua ameaçava os EUA. Mas... se os americanos apregoassem que, por trás dos sandinistas estavam os soviéticos, eles garantiam moralmente, perante a humanidde, o seu direito de agredir aquele pequeno país. A mesma coisa acontecia com o outro lado: era ridículo pensar-se que o Afeganistão ameaçasse a URSS. Mas ela pôde invadi-lo, alegando que os norte-americanos estavam presentes e, desta forma, os afegãos se tornavam uma ameaça para os soviéticos...
Em suma: a ideologia da Guerra Fria nada mais fez do que contribuir para manter a dominação sobre os países do Terceiro Mundo. E é isto que precisa ser pensado quando se reflete sobre esse conflito.
(in Ricardo, Flávio e Ademar)

GUERRA FRIA: TÓPICOS PARA PROVA DO 3o

GUERRA FRIA
in Ademar, Flávio & Ricardo


Terminada a II Guerra Mundial, em 1945, a situação política mundial iria conhecer novos rumos, em virtude do afastamento dos países europeus da condição de grandes potências, e, especialmente, do surgimento de duas "superpotências": os Estados Unidos e a União Soviética. Esta bipolarização iria trazer profundos desdobramentos, entre os quais se destaca a Guerra Fria.Costuma-se conceituar Guerra Fria como um conflito "diferente" dos conflitos tradicionais, uma vez que os dois principais contendores não se enfrentam diretamente, do ponto de vista militar. Esse novo confronto, quando chega à situação de envolvimento bélico, ocorre sempre em outros países, principalmente os do Terceiro Mundo. Todos sabem que um conflito aberto envolvendo as duas super­potências equivale hoje a colocar um ponto final na História, pois não haveria a menor possibilidade de alguém sobreviver a uma guerra nuclear.Quando se analisam as origens da Guerra Fria, percebe-se com muita clareza o envolvimento inglês e norte-americano na construção de um discurso que procurava mostrar os perigos do expansionismo soviético. Apontava-se para a Europa Oriental como o exemplo mais palpável desse expansionismo, uma vez que os soviéticos haviam ocupado aquela região durante a Guerra Mundial e se recusavam a abandoná-la. No texto de aprofundamento se discutirá um pouco mais estes "mitos" da Guerra Fria.Há uma certa discordância entre os autores no que se refere à periodização do conflito. Para muitos, a Guerra Fria já é um assunto do passado, uma vez que teria se desenrolado no final dos anos 40 e nos anos 50. Já no final da década de 50, justificam eles, as relações EUA/URSS passam a ser comandadas pela ideologia da "Coexistência Pacífica" e, posteriormente, da "Détente". E, nos dias de hoje, já não se poderia falar em bipolarização, uma vez que novas forças emergiram e o quadro das relações internacionais modificou-se substancialmente. Para outros autores, a Guerra Fria perpassa todo esse período, do final da segunda Guerra Mundial aos dias de hoje, uma vez que consideram o período da "Coexistência Pacífica" e da "Détente" como simples fases do conflito, sendo que nos anos 80 ter-se-ia a fase da "Nova Guerra Fria".

Os Anos 40/50: a Guerra Fria "Clássica"

a) No dia 5 de março de 1946, o ex-primeiro-ministro inglês Churchil, em visita aos Estados Unidos, fez um discurso na cidade de Fulton, tendo ao seu lado o presidente Truman, dos Estados Unidos. Nesse discurso, conclamou os norte-americanos a fornecerem ajuda económica e militar à Grécia e à Turquia, cujos governos estavam às voltas com uma luta interna contra o Partido Comunista. Alertava ele para o perigo que representava para o "mundo livre"essa expansão do comunismo.
b) Em resposta a esse discurso e em atenção aos seus próprios interesses, o presidente Trumam elaborou, em 1947, uma Mensagem ao Congresso que ficou conhecida como Doutrina Truman. Nesta Mensagem, Truman solicitava aos de­putados a concessão de ajuda económica e militar aos governos grego e turco. Havia se sensibilizado pelo apelo de Churchül. A Doutrina Truman, na realidade, estava oficialmente declarando a Guerra Fria.
c) A partir do momento em que a Guerra Fria passava a existir, dentro dos planos norte-americanos de contenção do expansionismo soviético, seria extrema­mente importante cuidar da reconstrução da Europa. Isto será proposto pelo general George Marshall e aceito pelo governo dos Estados Unidos. Milhões de dólares serão despejados na Europa Ocidental, com o objetivo de permitir uma recuperação rápida, para fazer frente aos soviéticos. É importante lembrar que tal ajuda foi oferecida também aos países da Europa Oriental, sendo que Stalin proibiu-os de aceitarem. Somente a lugoslávia desobedeceu às instruções de Stalin, gerando o primeiro rompimento dentro do bloco socialista. O presidente Tito, da lugoslávia, aceitou a ajuda norte-americana, mantendo-se, no entanto, socialista.
d) Para conter os soviéticos não bastava a ajuda económica. Era necessário, ainda, ter um braço armado. E isto aconteceu com a criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em abril de 1949. A OTAN é uma organização militar, reunindo os países da Europa Ocidental, os EUA e o Canadá, com objetivos "defensivos".
e) Os soviéticos reagiram a todas essas tentativas de contenção. Os países da Europa Oriental foram "sovietizados", em resposta à tentativa dos Estados Unidos de fornecer ajuda económica a eles. Nos primeiros tempos, após a Segunda Guerra, os governos desses países ainda reuniam elementos dos antigos partidos burgueses e camponeses. Os Partidos Comunistas não eram, geralmente, muito poderosos. No entanto, à medida em que as pressões norte-americanas começaram a se tornar mais efetivas, todos os partidos foram dissolvidos, instituindo-se regimes de partido único, coletivização forçada das terras. Reorganizou-se também o Comité de Informação dos Partidos Comunistas e Operários (KOMINFORM) e criou-se o Pacto de Varsóvia, aliança militar dos países da Europa Oriental e da URSS.
f) Uma das regiões mais explosivas nesse primeiro momento de tensão entre o bloco capitalista e o socialista foi a Alemanha. Terminada a Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida em quatro setores, ocupados pêlos soviéticos, norte-americanos, ingleses e franceses. A cidade de Berlim, antiga capital alemã, ficou também dividida em quatro setores, posteriormente transformados em dois. Em 1948, quando se discutiam as questões relativas à criação de uma nova moeda para a Alemanha, o problema de Berlim tornou-se agudo e os soviéticos iniciaram o bloqueio da cidade, tentando impedir o abastecimento do setor oeste. No entanto, uma ponte aérea organizada pêlos americanos e ingleses conseguiu abastecer a cidade, determinando, algum tempo depois, a retirada do bloqueio. Logo em seguida, os soviéticos criaram a República Democrática Alemã (RDA), enquanto os setores americano, inglês e francês foram transformados na República Federal da Alemanha, capitalista.
g) Dentro dos EUA, o clima de histeria anti-comunista teve seu ponto máximo com a campanha desenvolvida pelo senador Eugene McCarthy, para extirpar os elementos comunistas da sociedade norte-americana. Incontáveis prisões e perseguições foram efetuadas, inclusive nos meios artísticos (Charles Chapim, o Carlitos, foi uma das mais famosas vítimas). A onda de histeria era alimentada com novos acontecimentos: a URSS explodia suas primeiras armas nucleares, a China fazia a sua revolução, aderindo também ao socialismo. A verdadeira paranóia que se instalou nos EUA só teve seu fim quando o senador McCarthy passou a acusar elementos das forças armadas como comunistas. Em 1954 ele foi condenado pelo Congresso por suas atividades, caindo em descrédito.
h) Um dos momentos mais tensos dessa primeira fase foi a Guerra da Coreia (1950-53). Após a II Guerra Mundial, a Coreia fora dividida em duas áreas de influência: o Norte, sob controle comunista e apoiado pela URSS e o Sul, apoiado pêlos EUA. De acordo com decisão da ONU, deveria haver a reunificação do país após eleições gerais. No entanto, conflitos fronteiriços a partir de 1950 levaram a uma guerra entre as duas partes, com envolvimento decisivo dós Estados Unidos apoiando a Coreia do Sul, enquanto os soviéticos e chineses deram apoio ao Norte. Os conflitos se prolongaram até 1953, quando foi firmado um armistício, confirman­do a divisão da Coreia, situação que ainda hoje permanece.
i) O fim dessa primeira fase é assinalado com a crise dos mísseis soviéticos em Cuba. A revolução Cubana ocorrera em 1959, passando a ilha para o bloco socialista. Aviões de espionagem dos Estados Unidos descobriram que estavam sendo instaladas rampas de lançamento de mísseis, levando o presidente Kennedy a ordenar o bloqueio de Cuba pela marinha norte-americana, e a imediata retirada dos mísseis, sob pena de invasão. Os soviéticos optaram por atender à imposição, mas garantindo, por outro lado, que os americanos não tentariam mais a derrubada de Fidel Castro. Retirados os mísseis, o bloqueio foi desfeito. Mas essa crise mostrou que a política de enfrentamento entre as duas superpotências poderia levar a desdobramentos inimagináveis. Já de algum tempo a liderança soviética vinha acenando com a ideia da "coexistência pacífica" e alguma coisa será feita neste sentido: instala-se o "telefone vermelho" ligando a Casa Branca ao Kremlin; pensa-se em cooperação tecnológico-espacial. É o fim de uma etapa.

Os Anos 60/70: Coexistência Pacífica e Détente.

A ideia de Coexistência Pacífica foi expressa por Nikita Kruschev, que sucedeu a Stalin. Partia do pressuposto que a luta entre os dois sistemas deveria ser travada prioritariamente no campo econômico e não no campo bélico. Nos anos 60 essa tese foi encampada pêlos norte-americanos, passando a configurar as novas relações entre os dois países. Para alguns autores, isso significa que a Guerra Fria terminou; para outros, trata-se apenas de mais uma etapa do conflito. Estes esforços de aproximação e de atitudes não-beligerantes, no entanto, serviram para encobrir um dos maiores massacres do século XX: a guerra do Vietnã, que se estendeu também ao Laos e ao Camboja.Nos anos 70, já com novos dirigentes (Brejhnev na URSS e Nixon, nos EUA), as relações entre as duas superpotências entraram num clima de Détente (distensão). O mundo se modificara de forma extremamente significativa desde o início da Guerra Fria. Havia um dado importante: no conflito entre a China e a URSS os americanos procuraram aproximar-se dos chineses. Para isso era necessário acabar com a Guerra do Vietnã, o que foi feito em 1972. A aproximação entre americanos e chineses tinha objetivos bem claros a nível das relações internacionais, uma vez que obrigava a URSS a encarar a China como potencial inimigo, talvez mais perigoso que os EUA.Com a ascensão do governo Cárter, nos EUA, esta política continuou a ser utilizada, mas, no final dos anos 70, uma série de crises localizadas (principalmente com a ascensão do Aiatolá Khomeini, no Ira, em substituição ao Xá Reza Pahlevi, tradicional aliado dos americanos) praticamente "congelou" a Détente.É importante realçar que o enfrentamento entre as duas superpotências não cessara, uma vez que podia ser facilmente detectado nas lutas de independência de Angola e Moçambique, no apoio norte-americano a Israel, por exemplo. Mas o "congelamento" da Détente tornou-se muito claro quando da invasão do Afeganistão pelas tropas soviéticas, em 1979. Em represália a esta invasão, fartamente denunciada pela imprensa ocidental, os norte-americanos resolveram boicotar as Olimpíadas de 1980, que se realizaram em Moscou, numa nítida atitude de protesto. Na esteira do descontentamento que tomou conta da sociedade norte-americana com as indecisões do governo Cárter (principalmente no que se refere à prisão de norte-americanos pêlos iranianos), uma onda conservadora levou à vitória de Ronald Reagan nas eleições presidenciais. Com ele, um novo discurso truculento e agressivo em relação à URSS, passou a ser desenvolvido, gerando o que alguns autores denominam de "nova guerra fria".

Os Anos 80: a "Nova" Guerra Fria.

O novo presidente dos EUA havia se destacado na época do Macarthismo como um elemento que, sendo ator de cinema, contribuiu para denunciar ao FBI uma série de colegas de profissão. Alçado agora à presidência da maior potência militar e económica do mundo, Reagan desferiu violentos discursos contra os "satânicos" comunistas e mostrou-se disposto a enfrentá-los novamente. Isto pôde ser percebido facilmente na ajuda económica e militar aos rebeldes afegãos e , principalmente, na América Central, com a verdadeira cruzada contra a Nicarágua e os sandinistas, que haviam tirado o ditador Somoza do poder (diga-se, de passagem, que Somoza sempre fora apoiado pêlos norte-americanos). Um verdadeiro cerco à Nicarágua foi feito, inclusive com o apoio financeiro aos "contras", isto é, àqueles elementos que, com base nos países vizinhos à Nicarágua, tentam derrubar o governo sandinista. A invasão da ilha de Granada teve efeito evidente de demonstração do poderio norte-americano, servindo como um aviso para os nicaragüenses.No entanto, a surpresa maior ficou por conta da ascensão de Mikhail Gorbachev na URSS e sua política de Glasnost, associada à Perestroika. O fato é que, devido às novas propostas do dirigente soviético, interessado em reduzir os orçamentos militares para atender aos imperativos do desenvolvimento económico, os americanos foram pegos de surpresa com as propostas de destruição de mísseis e desarmamento estabelecidas por Gorbachev.Os novos tratados assinados em 1987 reduziram muito pouco os arsenais das duas potências, mas foram um primeiro passo significativo no sentido de permitir um entendimento maior.Na sequência do desenvolvimento das reformas implementadas por Gorbachev, rufram os governos da Europa Oriental, o Muro de Berlim foi derrubado, as duas Alemanhas se unificaram: em suma, o quadro ideológico existente na Europa Oriental e que justificava a existência da Guerra Fria, deixou de existir.Podemos, portanto, falar que a Guerra Fria terminou. A década de 90 se iniciou com modificações sensíveis, que fizeram com que o conflito Leste X Oeste começasse a se tomar algo do passado.Alguns problemas permanecem ainda sem solução, como por exemplo, o que fazer da OTAN. Ela não é mais necessária, visto que o Pacto de Varsóvia desintegrou-se. A permanência de tropas americanas na Alemanha também tor­nou-se desnecessária. Mas, sobretudo, o que tem preocupado sobremaneira é o destino do arsenal atómico da ex-URSS.
Com a desintegração da União Soviética, ocorre uma disputa entre as novas repúblicas para saber quem ficará de posse desse arsenal. Enquanto isso, correm notícias de que artefatos nucleares têm sido vendidos a diversos países, o que pode aumentar o risco de conflitos, particularmente na região do Oriente Médio, que já é um local bastante conturbado.